sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Leituras de 2017

Não anotei tudo o que li em 2017, pois o objetivo não é ler para fazer relatórios ao final do ano. O objetivo é ler, mergulhar em cada texto, e compartilhar as leituras com quem pratica leitura coletiva e troca este tipo de informação na rede.

Bom, aqui a listinha de autoras e autores cujos textos a Bluemaedel tranquilamente leu em 2017 :-)






© 2014-2016 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Cobain, contos organizados por Sérgio Tavares

























Reunir músicas como temas para os contos desta coletânea foi uma idéia ótima! Gostei muito da experiência da leitura e da oportunidade de conhecer novos autores e autoras, como a Moema Vilela, por exemplo. O melhor é que a coletânea é gratuita e está disponível na Internet, totalmente legal.


Cobain, 25 contos inspirados em 25 anos do álbum Nevermind + Bonus Tracks, organizado por Sérgio Tavares, 2016, publicação independente.

Participantes: Alessandro Garcia, Alexandre Nobre, Anderson Fonseca, André Tartarin, André Timm, Bruno Liberal, Daniel Osiescki, Débora Ferraz, Delfin, Flávia Iriarte, Flávio Torres, Helena Terra, João Vereza, Maikel de Abreu, Mariel Reis, Marcia Barbieri, Mário Araújo, Maurício de Almeida, Moema Vilela, Paulinho Júnior, Patrícia Galelli, Rafael Mendes, Rafael Sperling, Sérgio Tavares e Tiago Velasco.



Campanha Ano Novo com Autores Nacionais


© 2014-2017 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Elegias do país do Sanhauá, Joedson Adriano

Para mim, literatura boa é aquela que nos sacode de alguma maneira, seja por meio de um certo estranhamento ao tema, à proposta estética, à linguagem, às personagens ou tudo isso junto.

Na primeira leitura que fiz deste texto, que o narrador muito bem define como uma "ateologia poética" (p. 75), tive certeza de que estava diante de algo valioso tanto por conta da linguagem, que mescla o cotidiano profano ao sagrado bíblico e o clássico lírico à fala das ruas, como por conta do estranhamento que o texto pode causar diante de um narrador que se expõe sem maquiagem e que critica práticas que inibem as pessoas de dizerem o que realmente pensam sobre determinados assuntos.

O texto deste livro traz um tipo de canção do exílio. Exílio tanto no espaço, já que o narrador encontra-se longe de sua terra, o país do Sanhauá, quanto no tempo, já que o lamento é pela nostalgia do passado mas também pelas angústias do contemporâneo, pela dificuldade de compreender o presente e seus novos requisitos e valores. 

De todos os modos, trata-se de uma crônica em versos com as recordações de um lugar que, muito provavelmente, já não exista como nos conta o narrador, mas que retrata a realidade de muitos lugares no Brasil e no mundo. O país do Sanhauá é um lugar de pobreza, machismo, homofobia, selvageria, brutalidade, mas também é um lugar em que vivem ou viveram pessoas, e essas pessoas e suas mentalidades é o que este texto nos apresenta em sua nua humanidade e, o que é melhor: faz isto a partir do ponto de vista de alguém que está ou esteve inserido neste ambiente, o que, com certeza, faz toda a diferença no texto. E exatamente por isso o narrador não pôde maquiar-se, por mais cruel que seja a sua realidade ele estabeleceu um pacto de fidelidade com ela, e como fruto dela ele apresentou-se, e de modo bastante coerente.

O texto é, a meu ver, uma forma de homenagem às pessoas do país do Sanhauá, pessoas que habitam as margens e o esquecimento, mas que constroem o países, e não é à toa que a canção começa falando do pedreiro, que não é, mas bem poderia ser, o Pedro Pedreiro, que Chico Buarque já cantou.

Enfim: trata-se de um texto riquíssimo em vários aspectos, um texto que incomoda e faz pensar. O narrador, por exemplo, ou o eu-poético da composição, consegue ao mesmo tempo ser um misto de subversão e conservadorismo, o que faz dele um tipo muito humano aliás. 

Sem dúvidas, este texto é um ótimo representante do tipo de literatura que vem sendo produzida no Brasil contemporâneo e que opta por estar fora dos circuitos tradicionais. 

Elegias do país do Sanhauá, Joedson Adriano, editora Moinhos, 2017.



Um trechinho, para degustar:

"não há mais espaço pros selvagens
no mais alto nível que não está mais aqui
e até o mais baixo se rebaixa à higiene
a Europa afeminada pelo socialismo
pela falta do deus dos exércitos e pelo medo da guerra
transformou o jogo num totó
tudo tão limpo que nem dá gosto
sem dribles de gênio nem confusão de genioso
se come caranguejo com garfo e faca" (pp. 23f.)





© 2014-2017 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Onkel Flores, Eymard Toledo






















A minha versão deste livro está em alemão, mas a história é brasileira e a autora também. O livro é lindo, tanto o texto quanto as ilustrações, que são da própria autora. Procure a tradução em português, ou o original. Uma história inspiradora, instrutiva e emocionante!

Tio Flores: uma História às Margens do Rio São Francisco, Eymard Toledo.

Onkel Flores: Eine ziemlich wahre Geschichte aus Brasilien, Eymard Toledo, editora Baobah.


Campanha Natal com Autores Nacionais


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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Teias, Tanussi Cardoso

























Já dei uma amostra da poesia deste livro aqui. Volto a falar nele porque, como sempre digo, coisas boas se recomenda ad infinitum.

Teias, Tanussi Cardoso, editora Costelas Felinas. 


Campanha Natal com Autores Nacionais

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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Dança dos Dísticos, Carvalho Junior


























Já falei sobre este livro aqui. Volto a falar porque coisas boas não me canso de recomendar.

Dança dos Dísticos, Carvalho Junior, editora Patuá, publicação independente.

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sábado, 16 de dezembro de 2017

Contos Cáusticos, Marcos Fábio Belo Matos

























Se eu tiver que escolher entre a sisudez e o bom humor, claro que optarei sempre pelo bom humor!  Marcos Fábio é mestre em encontrar formas "leves" e eficazes de contar as "causticidades" do cotidiano,  como bem fez Nelson Rodrigues na sua notória série A Vida como Ela É. 

E é justamente esta característica que faz deste livro uma leitura tão agradável e muito recomendada para quem gosta de contos e da forma haicai de enxergar a vida, como pensamos que ela seja ou como ela de fato é: bela, porém mordaz!

Contos Cáusticos, Marcos Fábio Belo Matos, editora Moura SA, publicação independente.

Uma amostra em áudio para um dos contos pode ser ouvida aqui.


Campanha Natal com Autores Nacionais.


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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Contos para ler a três, organizados por Jane Felipe e Pedro Gonzaga

























Como diz a sabedoria popular: "Todas as coisas boas são três!" Isso, isso, este livro é um prazer de leitura! ;-)

Contos para ler a três, organizados por Jane Felipe e Pedro Gonzaga, editora Bestiário.

Participantes: Marina Wodtke, Gabriela Silva, Irka Barrios, Jaderson Gonçalves, Natália Nodari, Cristina Rosa, Gladis Kaercher, Tobias Carvalho, Jane Felipe. Apresentação: Pedro Gonzaga.

E, mais uma vez, as mulheres se destacando. Que ótimo, muito bom!


Campanha Natal com Autores Nacionais


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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

O Pequeno Poeta, Neurivan Sousa

























Poesia que agrada grandes e pequenos!

O pequeno poeta, Neurivan Sousa, editora Fábrica dos Livros.



Campanha Natal com Autores Nacionais


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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Onisciente contemporâneo, contos organizados por Assis Brasil

























Neste volume se encontram reunidos contos dos alunos (da turma de 2015) da Oficina de Criação Literária do Programa de Pós-Graduação em Letras da PUCRS.

Onisciente contemporâneo, além de ser o conceito que "cola" os participantes desta antologia como grupo, se refere ao sujeito contemporâneo, às angústias e percepções do sujeito do nosso tempo. "Apenas porque o mundo enlouqueceu, não quer dizer que as perguntas mudaram" (1). Isso! E exatamente porque as perguntas básicas não mudaram, e nem tendem a mudar, é que a leitura deste volume seguirá contemporânea  e interessante por um bom tempo.

Nesta antologia há tanto autores que estão publicando seus primeiros contos, como autores já mais experientes no jogo do conto e no mundo das publicações. É bom ter isso em mente. Caso não tenha gostado de algum conto, não desista simplesmente da leitura, continue lendo, em ordem ou aleatoriamente, tanto faz, pois muitos dos contos nesta antologia surpreendem bastante.

Exatamente pela variedade, esse volume proporciona intensos momentos de leitura, deixando ainda espaço para que se crie muito boas expectativas para o que estes autores e autoras publicarão mais adiante, sobretudo as autoras, que vieram com força neste volume. Dentre elas, destaco: Irka Barrios e Taiane Maria Bonita. A primeira, pela dinâmica; a segunda, pela linguagem; as duas, pelo talento narrativo que nos faz querer mais de seus escritos.

Onisciente contemporâneo, Contos organizados por Luiz Antonio de Assis Brasil, editora Bestiário.

Participantes: Alexandre Alaniz, Ana Cláudia Martins, Ana Luiza Tonietto Lovato, André Roca, Arthur Telló, Caroline Joanello, Cristina Vazquez, Daniela Borges, Debora Ferraz, Irka Barrios, Kathy Krauser, Laila Ribeiro, Lúcio Humberto Sarretta, Matheus Borges, Taiane Maria Bonita, T.K. Pereira, T.S. Marcon.

(1) Trecho do conto Éter, de Alexandre Alaniz.

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domingo, 10 de dezembro de 2017

As Três Estações da Loucura, Igor Nascimento

























Já falei sobre este livro aqui e volto a citá-lo porque bons livros eu não me canso de recomendar. Um livro com espaço para se "filoviajar" em cada uma das três estações, ou até das quatro, a uma que sai das três - ou cinco, ou infinito... pra quê limitar, não é mesmo? Loucura é liberdade.Viva o prazer de ler!

As Três Estações da Loucura, Igor Nascimento, SECMA.


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sábado, 9 de dezembro de 2017

Julho é um bom mês pra morrer, Roberto Menezes


























Tentar colocar-se na pele de outra pessoa é sempre um grande desafio. Acho que a escrita funciona mais ou menos assim: é preciso afogar-se para poder aprender a respirar, dar vida a textos. Pode ser que eu esteja enganada quanto à necessidade de metaforicamente afogar-se, o certo é que este livro nos faz imergir na mente da protagonista e nos leva, com ela, a pensar nas "lauras" da vida.

Julho é um bom mês pra morrer, Roberto Menezes, editora Patuá, 2015

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quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Naufrágio entre amigos, Eduardo Sabino

























Os contos deste livro nos dão tanto uma agradável sensação de nostalgia quanto uma inquietante perspectiva da contemporaneidade. Um livro com questões muito interessantes para um público bastante variado.

Naufrágio entre amigos, Eduardo Sabino, editora Patuá, 2016.


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segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Gandavos - Um bicho para chamar de meu, vários autores

























Taí um livro para chamar de "meu" também, com muita alegria e orgulho!

Gandavos - Um bicho para chamar de meu, publicação independente do blog gandavos, livro organizado por Carlos A. Lopes.

Textos de Maria Olímpia Alves de Melo, Carlos A. Lopes, Marina Alves, Michele Calliari Marchese, Anajara Lopes, Denise Coimbra, Geraldinho do Engenho, Celêdian Assis de Sousa, Conceição Gomes, Ana Bailune, Augusto Sampaio Angelim, Oliveiros Martins de Oliveira, Tadeu Araújo Teixeira, Alberto Vasconcelos, Magnu Max Bomfim, Flávio Cruz, José Bueno Lima, Chila Alves, Alice Gomes, Helena Frenzel, Gerson de Carvalho Silva, Maria Mineira, Carlos Costa, Jussara Burgos, Willes S. Geaquinto, Viviane Rodarte. Ilustração da capa: Suzo Bianco.

Campanha Natal com Autores Nacionais




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domingo, 26 de novembro de 2017

Poemas Avulsos, Antonio Sodré

























O bom deste livro, além dos bem costurados poemas que ele apresenta, é que ele foi escrito por uma pessoa jovem. Quando os jovens se voltam para a poesia, o que geralmente ocorre é que eles se salvam; e salvando a si próprios, salvam o futuro. Este livro é uma publicação independente, com o selo da cara e da coragem de ser poeta num mundo tão hostil à arte e à sensibilidade. Poesia da boa, salve! E salve a poesia escrita por gente jovem, gente comprometida com a arte da costura lírica. Salve, salve!

Já falei sobre um dos poemas deste livro aqui.

Poemas Avulsos, Antonio Sodré, editora Multifoco, 2015.


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sábado, 25 de novembro de 2017

A Rosa Silvestre, Márcia Montenegro


























Este livro é um livro muito especial, para mim e para tantas outras pessoas. 
É mais uma prova lírica de que "all we need is love, love is all we need!" 


A Rosa Silvestre, Márcia Montenegro, editora autografia. 


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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Labirintos Sazonais, Maurem Kayna

























Histórias para todos os climas e estações, seja da alma ou do ano, e em três línguas: português, inglês e espanhol. Uma experiência que você não deve deixar passar! Já falei sobre este livro aqui antes. Confira!

Labirintos Sazonais, Maurem Kayna, realização marcavisual editora e projetos culturais, 2014.

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terça-feira, 21 de novembro de 2017

Ao Pé da Serra, Contos e Causos da Canastra, Maria Mineira


























Este livro é uma ode à boa prosa. Tem que provar para saber!

Ao Pé da Serra, Contos e Causos da Canastra, Maria Mineira, publicação independente, 2016.

E aqui vai um comentário meu sobre a prosa e o prazer que se encontra neste livro:
















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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

No alto da ladeira de pedra, Carvalho Junior


























Já falei sobre este livro aqui.
E porque ele é ótimo, torno a falar. E torno e torno e torno!


No alto da ladeira de pedra, Carvalho Junior, editora Patuá, 2017.


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domingo, 19 de novembro de 2017

Quarenta Dias, Maria Valéria Rezende

























Porto Alegre e o Brasil de um jeito que muitos brasileiros nunca viram.
Este livro nos mostra como melhor enxergar os outros; e é uma ode ao desapego!

Quarenta Dias, Maria Valéria Rezende, editora Alfaguara, 2014, 6° reimpressão.


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sábado, 18 de novembro de 2017

Pode ser que eu me atrase dez minutos, Juliana Gervason

























Diz a sabedoria popular que os melhores perfumes estão nos menores frascos. A autora e os editores deste pequeno grande livro nos mostram que, num livro de poesias, tudo conta, o mínimo detalhe tem algo a declamar. De modo que o resultado final de um trabalho que se sente apurado ficou lindo, uma delicadeza só, uma poesia "lívrica"! Taí um livro que eu daria de presente, com muito gosto e carinho, para cada um dos meus amigos.

Pode ser que eu me atrase dez minutos, de Juliana Gervason, editora Bartlebee, 2016.


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sexta-feira, 17 de novembro de 2017

O 18° Andar, Marcos Fábio Belo Matos


























A novela é breve, porém profunda. Você vai se surpreender, leia e descubra!

... porque o amor é cheio de "viavais"!


O 18° Andar, novela de Marcos Fábio Belo Matos, editora catarse.


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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

De Vagar o Sempre, Cássio Pantaleoni


























Este livro é um prazer literário sem 'igualo'*!

* Letripulia de 'igual'.

De Vagar o Sempre, Cássio Pantaleoni, Edições BesouroBox, Porto Alegre, 2015.

"Observe, minha senhora: o que está prescrito nas estrelas é que a vidinha da gente só deixa de ser migalha quando a gente ajunta" p. 60.

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quinta-feira, 27 de julho de 2017

No alto da ladeira com a poesia maranhense



Poesia não tem nacionalidade, mas tem cor, gosto e raízes. E nas raízes da poesia encontramos poiesis, termo grego que significa "criação" ou "produção", derivado de "criar" ou "fazer". Platão, no seu famoso O Banquete, definiu poiesis como sendo: "la causa que convierte cualquier cosa que consideremos de no-ser a ser" [1], ou seja: daquilo que não era, algo se fez. Porém, nesta poiesis está também o jogo, a brincadeira, de modo que não se engana quem, grosso modo, define poiesis como sendo "a ação ou a capacidade de produzir ou fazer alguma coisa, especialmente de forma criativa" [2], e também não se equivoca aquele que diz que fazer cantar a pedra [3] ou fazer letripulias [4] é o que faz a poesia.
E essa pedra canta com ou sem lírica, como nos explica Hans-Dieter [5] quando tenta nos mostrar as qualidades (e as realidades) que um bom poema tem. Lírica vem de lira, que é um instrumento musical, lírica remete ao som, ao ritmo, mas a poesia não tem necessariamente que ser só lírica, ela tem outras qualidades porque há ocasiões em que a pedra não canta, ela grita, e é por isso que os ingleses separam poems de lyrics, e lyrics não é só a letra de uma canção. A lyrics pode estar ou não no poem, o poem vai sempre além.
         Dança dos Dísticos e No alto da ladeira de pedra estão repletos deste tipo de poems, lyrics e de uma combinação muito especial dos dois. Talvez por ser maranhense eu consiga identificar com mais facilidade esse jeito todo especial que só os poetas maranhenses têm de fazer poesia – na minha opinião, claro. Não me deixa mentir Ferreira Gullar, Zeca Baleiro e o próprio Gonçalves Dias, filho também de Caxias, como o nosso Carvalho Junior, autor dos livros citados acima.
Tenho dificuldade em definir rapidamente o que seria esse jeito todo especial maranhense de fazer poesia, portanto paro por aqui com as considerações genéricas e passo às impressões de leitura, pedindo devida licença ao poeta para usar como matéria prima pérolas de seus próprios versos:

No alto da ladeira de pedra

No alto da ladeira de pedra entreguei-me ao prazer lírico e pude apreciar as curvas dos versos para ler pípedos. Versos para ler pípedos e versos pra não ler tépidos, versos para ler-se pondo-se nos lugares do eu poético, nos lugares tantos da infância pura que bebe da água doce dos rios que os meninos de piscina sequer imaginam.
No alto da ladeira de pedra cheguei a sentir o bom cheiro do sabão de coco das esquinas de caxias maranhenses, e o odor forte da indignação com o descuido, com o descaso e com a falta de memória. Mas também senti o perfume do orgulho, bem dosado, de ser de Gonçalves Dias, e dos índios da tribo Quirola, parte da história e poético legado.
No alto da ladeira de pedra enxerguei letripulias pulando amarelinha entre versos que se enraízam em Macondos bem fundadas, negros buracos ou abismos que nos olham de volta entre páginas e entre épocas em que havia Chaplins, alexandrinos e boas escolas que ensinavam "fazer cantar a pedra", como disse Salgado.
No alto da ladeira de pedra senti machadadas e a dor de lembranças que por meio de flandres recusam-se a mostrar-se óbvias. Mas também vi lembranças alegres, tecidas na rede de antepassados e na esperança da troca de penas e pernas, no renovo criativo que projeta a poesia no tempo e na ousadia dos poetas.
No alto da ladeira de pedra vi imagens-movimento em frases de rolimã, vi imagens místicas dançando em dísticos, soneto-forma e livres construções que se prendem de bom grado a laços sensuais de versos sentidos e bem pensados, versos plásticos (pois carregam a imagem), construídos na consciência da arte da versiplantagem. Versos dos quais não cabe dizer que sejam banais ou por acaso, muito ao contrário: No alto da ladeira de pedra os versos descem encarrilhados na linha de quem sabe da arte o bordado.
Com muita alegria vejo do alto desta ladeira a renovação da rocha da poesia maranhense, rocha assentada na tradição e lapidada pelo novo dos ventos dos versos que dançam e transcendem.
No alto da ladeira de pedra vi renovada a esperança para todos os poetas que não desistem de levar adiante, num mercado infestado de falsos diamantes, a pureza das pedras líricas, pedras que carecem de garimpeiros cada vez mais sensíveis que as separem do falso ouro das coisas do dia a dia.
No alto da ladeira de pedra vi a continuidade sóbria da poesia de Carvalho Junior, editada mais uma vez com esmero pela patuá dos poetas, a mesma editora que trouxe dança dos dísticos aos olhos do mundo.
Só posso dizer que a contemplação do alto desta ladeira muito me foi prazerosa. A língua da tejubina arde e chicoteia, por vezes até faz cócegas, mas não deixa de dizer ao que veio, não se permite passar por morta.

No alto da ladeira de pedra, Carvalho Junior, Editora Patuá, 2017.




[1] Cf. https://es.wikepedia.org/wiki/Poiesis (27.07.2017)
[2] Cf. www.dicionarioinformal.com.br/poiesis (27.07.2017)
[3] Salgado Maranhão citado por Carvalho Junior em No alto da laderia de pedra, p. 50
[4] Letripulia é um termo criado por mim no blog Bluemaedel para definir um tipo de criação literária que tem no jogo e na composição de palavras uma de suas marcas mais significativas. Letripulistas famosos (na minha concepção) são: João Guimarães Rosa, Manoel de Barros, Noel Rosa, Carlinhos Veloz, Zeca Baleiro e vários outros maranhenses como Ferreira Gullar, Carvalho Junior e César Nascimento para citar apenas alguns.
[5] Gelfert, Hans-Dieter (2016): Was ist ein gutes Gedicht?, C.H.Beck, Munique.




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