tag:blogger.com,1999:blog-24919169000038904922024-03-04T23:29:50.165-08:00Bluemaedel LêUma extensão do Bluemaedel para as leituras da Bluemaedel, e só.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.comBlogger158125tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-11826215664179675162023-04-02T11:58:00.001-07:002023-04-02T11:58:20.585-07:00Kim de L’Horizon - Blutbuch<div><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px; text-align: justify;"><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;">Blut significa "sangue“. Buch significa "livro“. Ainda assim não estou segura se posso dizer que uma boa tradução para o título desse livro seria "Livro de Sangue“. Também porque existe uma árvore que se chama "Blutbuche", que tem um papel muito importante nas histórias desse livro.</p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;">Sim, é um livro que trata de tradução, mas não de tradução, exatamente, em termos técnicos ou ensaísticos. É um livro que surge da tradução: de palavras, de silêncios, de linguagens que brotam do que não pode ou não deve ser dito, de dialetos que são menosprezados por falantes de línguas de ninguém, que são as línguas padrão, as línguas-standard, aquelas que regem os enunciados chamados "cultos“, aquelas que quem as usam se pensam e se acham "mais, muito mais“, por acharem que dominam o padrão quando, na verdade, o padrão não passa de uma língua nunca usada (sempre) corretamente, porque não é uma língua natural, é uma invenção que anda de braços dados com o império e a política, com a visão de grupos que têm prestígio para criar as "normas cultas" do mundo. Sim, esse livro é um desafio para qualquer um que traduz.</p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;">Assim que esse texto de Kim de L’Horizon, uma pessoa não binária, é um tipo de manifesto pelo uso corporal (sincero, umbilical) das línguas, pelo uso das linguagens; é um manifesto para que os corpos falem do que realmente sentem, ainda que seus discursos nos firam, que não nos sejam agradáveis aos ouvidos, que nos incomodem, que nos digam o óbvio algumas vezes, ou até nos entediem com a sua riqueza de detalhes. </p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;">Esse livro ganhou, em 2022, um prêmio literário muito importante no contexto de livros escritos em língua alemã, o Deutscher Buchpreis (Prêmio do Livro Alemão). E ganhou na categoria de Romance do Ano. Sinto que muito mereceu, o prêmio e a atenção que recebeu, sobretudo a dos meus olhos e ouvidos e sentidos demais.</p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;">A pessoa que nos narra também se chama Kim, e há muitas evidências no texto de que se trate de autoficção ou autobiografia, mas tudo o que escrevemos, tudo, é autobiográfico e autoficção em alguma medida. Esses conceitos literários são escorregadios como "bagre ensaboado“, então é melhor deixá-los de lado nessa simples nota de leitura que aqui faço. </p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;">Ainda estou sob o efeito da leitura desse texto <i>sui generis</i>, e não sinto facilidade em escrever sobre ele, porque o livro ainda não terminou de mexer comigo, pelo menos não em uma medida que algo tenha sido já decantado, a ponto de virar uma resenha que valha a pena a quem a alma não for pequena. </p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;">Só posso recomendar que o leiam, porque é literatura viva, porque a busca da pessoa que narra e protagoniza muitas das histórias nesse livro é uma busca que leva junto a pessoa que o está lendo. A pessoa que narra se atira no abismo do ser e das árvores genealógicas (árvores de sangue) com uma corda amarrada à cintura da criatura que a está lendo. E deixar-se puxar para esse abismo, para mim, não foi uma experiência ruim, muito pelo contrário. </p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;">Em suma: é um livro de sensações, cada pessoa tem que ler para "sentir“, sobretudo "sentir" o corpo pesando ou levitando ou gritando, por vezes, de dor. Aceite o desafio: é um abismo profundo que nos leva a uma viagem de sangue por corpos e genealogias de gentes e árvores, que querem de verdade saber de si, e dos outros. </p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;">Eis o que escrevi na contracapa enquanto o lia: "Para se brincar com a língua desse jeito é preciso ter uma competência enorme; para poder mergulhar em si desse jeito é preciso ter uma coragem ainda maior“.</p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px; text-align: justify;"><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;">Kim de L’Horizon, <i>Blutbuch</i>, Dumont, 334 páginas.</p></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2023 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-63616837895262153432023-01-02T02:58:00.007-08:002023-01-02T03:09:28.377-08:00Dois mil e vinte dois trocado em letras<div><style class="WebKit-mso-list-quirks-style">
<!--
/* Style Definitions */
p.MsoNormal, li.MsoNormal, div.MsoNormal
{mso-style-unhide:no;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-parent:"";
margin:0cm;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:12.0pt;
font-family:"Calibri",sans-serif;
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:Calibri;
mso-fareast-theme-font:minor-latin;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;
mso-fareast-language:EN-US;}
p.MsoListParagraph, li.MsoListParagraph, div.MsoListParagraph
{mso-style-priority:34;
mso-style-unhide:no;
mso-style-qformat:yes;
margin-top:0cm;
margin-right:0cm;
margin-bottom:0cm;
margin-left:36.0pt;
mso-add-space:auto;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:12.0pt;
font-family:"Calibri",sans-serif;
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:Calibri;
mso-fareast-theme-font:minor-latin;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;
mso-fareast-language:EN-US;}
p.MsoListParagraphCxSpFirst, li.MsoListParagraphCxSpFirst, div.MsoListParagraphCxSpFirst
{mso-style-priority:34;
mso-style-unhide:no;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-type:export-only;
margin-top:0cm;
margin-right:0cm;
margin-bottom:0cm;
margin-left:36.0pt;
mso-add-space:auto;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:12.0pt;
font-family:"Calibri",sans-serif;
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:Calibri;
mso-fareast-theme-font:minor-latin;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;
mso-fareast-language:EN-US;}
p.MsoListParagraphCxSpMiddle, li.MsoListParagraphCxSpMiddle, div.MsoListParagraphCxSpMiddle
{mso-style-priority:34;
mso-style-unhide:no;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-type:export-only;
margin-top:0cm;
margin-right:0cm;
margin-bottom:0cm;
margin-left:36.0pt;
mso-add-space:auto;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:12.0pt;
font-family:"Calibri",sans-serif;
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:Calibri;
mso-fareast-theme-font:minor-latin;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;
mso-fareast-language:EN-US;}
p.MsoListParagraphCxSpLast, li.MsoListParagraphCxSpLast, div.MsoListParagraphCxSpLast
{mso-style-priority:34;
mso-style-unhide:no;
mso-style-qformat:yes;
mso-style-type:export-only;
margin-top:0cm;
margin-right:0cm;
margin-bottom:0cm;
margin-left:36.0pt;
mso-add-space:auto;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:12.0pt;
font-family:"Calibri",sans-serif;
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:Calibri;
mso-fareast-theme-font:minor-latin;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;
mso-fareast-language:EN-US;}
.MsoChpDefault
{mso-style-type:export-only;
mso-default-props:yes;
font-family:"Calibri",sans-serif;
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-fareast-font-family:Calibri;
mso-fareast-theme-font:minor-latin;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;
mso-fareast-language:EN-US;}
@page WordSection1
{size:612.0pt 792.0pt;
margin:70.85pt 70.85pt 2.0cm 70.85pt;
mso-header-margin:36.0pt;
mso-footer-margin:36.0pt;
mso-paper-source:0;}
div.WordSection1
{page:WordSection1;}
/* List Definitions */
@list l0
{mso-list-id:696001131;
mso-list-type:hybrid;
mso-list-template-ids:1314931788 67567631 67567641 67567643 67567631 67567641 67567643 67567631 67567641 67567643;}
@list l0:level1
{mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:left;
text-indent:-18.0pt;}
@list l0:level2
{mso-level-number-format:alpha-lower;
mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:left;
text-indent:-18.0pt;}
@list l0:level3
{mso-level-number-format:roman-lower;
mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:right;
text-indent:-9.0pt;}
@list l0:level4
{mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:left;
text-indent:-18.0pt;}
@list l0:level5
{mso-level-number-format:alpha-lower;
mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:left;
text-indent:-18.0pt;}
@list l0:level6
{mso-level-number-format:roman-lower;
mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:right;
text-indent:-9.0pt;}
@list l0:level7
{mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:left;
text-indent:-18.0pt;}
@list l0:level8
{mso-level-number-format:alpha-lower;
mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:left;
text-indent:-18.0pt;}
@list l0:level9
{mso-level-number-format:roman-lower;
mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:right;
text-indent:-9.0pt;}
@list l1
{mso-list-id:1556966458;
mso-list-type:hybrid;
mso-list-template-ids:1796116568 67567631 67567641 67567643 67567631 67567641 67567643 67567631 67567641 67567643;}
@list l1:level1
{mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:left;
text-indent:-18.0pt;}
@list l1:level2
{mso-level-number-format:alpha-lower;
mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:left;
text-indent:-18.0pt;}
@list l1:level3
{mso-level-number-format:roman-lower;
mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:right;
text-indent:-9.0pt;}
@list l1:level4
{mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:left;
text-indent:-18.0pt;}
@list l1:level5
{mso-level-number-format:alpha-lower;
mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:left;
text-indent:-18.0pt;}
@list l1:level6
{mso-level-number-format:roman-lower;
mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:right;
text-indent:-9.0pt;}
@list l1:level7
{mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:left;
text-indent:-18.0pt;}
@list l1:level8
{mso-level-number-format:alpha-lower;
mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:left;
text-indent:-18.0pt;}
@list l1:level9
{mso-level-number-format:roman-lower;
mso-level-tab-stop:none;
mso-level-number-position:right;
text-indent:-9.0pt;}
-->
</style><p class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 18.4px; text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Para que não digam que não falei das leituras do ano que acabou de passar :-)</span></p><p class="MsoNormal" style="font-size: medium; line-height: 18.4px; text-align: justify;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; line-height: 24px; margin: 0cm; text-align: justify;"></p><ol><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Bonequinha de Lixo</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">, romance da gaúcha Helena Terra. </span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="EN-US" style="font-family: Helvetica;">Mrs Dalloway</span></b><span lang="EN-US" style="font-family: Helvetica;">, romance de Virgínia Woolf.</span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Hífen</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">, romance da portuguesa Patrícia Portela. </span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Harry Potter e o Enigma do Príncipe</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">, fantasia de J.K. Rowling – leitura feita com a Bê.</span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Harry Potter e as Relíquias da Morte</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">, fantasia de J.K. Rowling. – leitura feita com a Bê. </span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Every</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">, romance de Dave Eggers, continuação de O Círculo.</span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">El secreto dei orfebre</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">, romance da catalana Elia Barceló. </span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Girl, Woman, Other</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">, romance da autora negra britânica Bernardine Evaristo.</span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">La parábola del sembrador</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">, distopia da maravilhosa Octavia Butler.</span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Pan de limón com semillas de amapola</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">, romance da espanhola Cristina Campos.</span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">La parábola de los talentos</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">, continuação da distopia La parábola del sembrador, de Octavia Butler.</span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Isabel - Emperatriz de Austria</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">, biografia escrita por Karl Tschuppik.</span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Kramp</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">, romance da chilena María José Ferrada. </span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Torto Arado</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">, romance de Itamar Vieira Júnior. </span></li><li style="text-align: justify;"><span lang="ES" style="font-family: Helvetica;">Antologia <b>Mañana Todavía</b>, organizada por Ricard Ruiz Garzón. </span><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Nela estão os seguintes contos: WeKids (Laura Gallego), Al garete (Emilio Bueso), 2084. Después de la Revolución (Elia Barceló), Instrucciones para cambiar el mundo (Félix J. Palma), El error (Rosa Montero), Limpieza de Sangre (Juan Miguel Aguillera), Camp Century (Marc Pastor), En el ático (Rodolfo Martínez), La Inteligencia Definitiva (José María Merino), Gracia (Susana Valejo), Colapso (Juan Jacinto Muñoz Rengel) e Los centinelas del tiempo (Javier Negrete).</span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="ES" style="font-family: Helvetica;">La Edad de la Inocencia</span></b><span lang="ES" style="font-family: Helvetica;">, romance de Edith Wharton.</span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Parentesco</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"> (ou Kindred), romance da maravilhosa Octavia Buttler</span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">O olho mais azul</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">, romance da grandiosa Tony Morrison.</span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Modos inacabados de morrer</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">, romance do gaúcho André Timm.</span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">El Lugar,</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"> romance-ensaio da francesa Annie Ernaux.</span></li><li style="text-align: justify;"><b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Mozart</span></b><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">, biografia escrita por Wendy Thompson. </span></li></ol><p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Fora esses títulos, li vários contos e trechos de romances escritos por mulheres para o projeto <b>Fantástico Feminino</b> no Youtube. Aqui uma lista com alguns nomes:<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm; text-align: justify;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; line-height: 18.4px; margin: 0cm 0cm 0cm 18pt; text-align: justify;"></p><ol><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura do conto "Corpo escuro", de Jarid Arraes (cordel).</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura do conto "O caminho para Yris", de Evelyn Postali.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "A telepatia são os outros" (2018), de Ana Rüsche.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura do conto "Nascida velha", de Mariana Albuquerque.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura do conto "Mortos en mármore" (1887), de Edith Nesbit.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "O ovo do tempo" (19909, de Finisia Fideli.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura do conto "Napoleão e o espectro" (1833), de Charlotte Bronte.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura do conto "A princesa que ria rosas" (2018), de Susana Ventura.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura do conto "Bichos escrotos", de Irka Barrios.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "Cristo Radioativo" (2018), de Ana Luísa Abreu.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura do conto "O coche fantasma" (1864), de Amelia B. Edwards.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura do conto "Percival" (2016), de Michele Calliari Marchese.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Trecho de "O Conto da Velha Ama" (1852), de Elizabeth Gaskell.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Trecho de "O poder" (2016), de Naomi Alderman.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Trecho de "O auto da maga Josefa" (2021), de Paola Siviero.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Trecho de "A sombra da morte" (1879), de Mary Elizabeth Braddon</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura do conto "Amor fortemente elíptico" (2015), de Marta Preuss.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "Semana Santa", de Cotidiano (2019), de Mariana Travacio.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "Zona de clivagem" (1990), Liliana Heker.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "Amor dure" (1887), de Vernon Lee.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "Metrópole: Caos" (2018), de Melissa de Sá.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "Onde o fogo não se apaga" (1923), de May Sinclair.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "A maldição da morta" (1920), de Henrietta Dorothy Everett.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "Vida vampira: um romance queer chic - livro 3" (2018), de Ju Lund.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de "O conto da corajosa Bradamante e seu incrível cavalo voador" (2021), de Anita Ganeri.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "A fortaleza: mundo sombrio"(2015), de Day Fernandes.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "A parábola do semeador"(1991), de Octavia Butler</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "Estilhaça-me" (2011), de Tahere Mafi.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "Desmemória" (2020), de Thalita Saldanha Coelho.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "Mandíbula" (2018), de Mónica Ojeda.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "O fantasma de Cora" (2022), de Fernanda Castro.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura do conto "De saltos altos ou borrão", de Paula Giannini.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "Gideon, a Nona: Saga do túmulo trancafiado", de Tamsyn Muir.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "A jóia da alma", de Karen Soarele.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura do conto "Azul", de Karen Alvares (Horror em gotas).</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "Gosma rosa", de Fernanda Trías. </span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho do conto "V.E.R.N.E e o farol de Dover", de Dana Guedes.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Trecho do romance "Orlando: uma biografia", de Virginia Woolf.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "O conto da deusa", de Natsuo Kirino.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Trecho de "Os ensinamentos da menina Senhora Luandê", de Caena Rodrigues Conceição.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura do conto "A dama das trevas" (1850), de Senhora S.C. Hall (Anna Maria Hall).</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura de trecho de "Despertar", de Octavia Butler.</span></li><li style="text-align: justify;"><span style="font-family: Helvetica;">Leitura do conto "Vestida de Sangue", de Dinah Silveira de Queiroz</span></li></ol></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">© 2014-2023 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.</div>Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-71304330814467081892022-08-21T07:42:00.002-07:002022-11-03T08:46:02.537-07:00Kramp, María José Ferrada<div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPfrl2CTj8XHgZ9zVfF3ZZvbuiXEM-zJvV-ropHhf7SdFVkg1qiFemOujHQJAbVX0TwOqGjMMRgz7RA8W3Gp7eXIkZx09af1u4YUk7gyxfIiGVkiW8EwjVkxuPc9XglL1Xh_Jho24tPt0YL_7tGL3fGgYBRYNt2bMMGi6w4H0yzf7gUJbMm60-6TYa/s974/kramp-maria-jose-ferrada-moinhos.png" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="974" data-original-width="804" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPfrl2CTj8XHgZ9zVfF3ZZvbuiXEM-zJvV-ropHhf7SdFVkg1qiFemOujHQJAbVX0TwOqGjMMRgz7RA8W3Gp7eXIkZx09af1u4YUk7gyxfIiGVkiW8EwjVkxuPc9XglL1Xh_Jho24tPt0YL_7tGL3fGgYBRYNt2bMMGi6w4H0yzf7gUJbMm60-6TYa/s320/kramp-maria-jose-ferrada-moinhos.png" width="264" /></a></div><br /><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><a href="https://www.amazon.com.br/Kramp-Mar%C3%ADa-José-Ferrada/dp/6556810045/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=ÅMÅŽÕÑ&crid=35V6UNJ8EPIH8&keywords=kramp+mariá+josé+ferrada&qid=1667490122&sprefix=kramp+mariá+josé+ferrada%2Caps%2C138&sr=8-1#" target="_blank">Fonte</a>: amazon.com.br</p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;">Do alto de seus catorze anos, ou provavelmente já em idade adulta, M., a narradora deste cativante livro da chilena María José Ferrada, retoma suas memórias de infância e nos conta sua história com D., seu pai, caixeiro-viajante, bem como as aventuras que viveu com ele e seus curiosos colegas de profissão pela estrada. </p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>D. é vendedor de produtos de serralheria e, pelo menos durante os primeiros 9 anos da vida da filha, a bordo de um Renault, transmite a ela os segredos e o gosto pela profissão, para a qual ela tinha talento verdadeiramente nato. </p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Nesta poética narrativa, pai e filha, assim como o presente e o passado - tanto de uma família como de um país -, encontram-se ligados por um catálogo de produtos da marca Kramp, e pela tentativa da menina de entender e explicar o mundo por meio dos produtos do catálogo. Produtos que, com o tempo, e num contexto neoliberal que sempre leva à explosão dos grandes conglomerados e ao desaparecimento dos pequenos negócios, foram sendo tirados pouco a pouco de circulação, assim como muita gente durante os anos da ditadura chilena, iniciada em 1973.</p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>O leitor ou leitora antenado/a com a história do Chile e das ditaduras latino-americanas logo entenderá a referência aos "fantasmas" e ao comportamento "estranho" da mãe da protagonista. </p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><span> </span>O leitor ou leitora que não estiver familiarizado/a com a violência dos anos Pinochet precisa, quem sabe, de mais tempo para entender o que M. está nos contando.<span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><span> </span>Assim que Kramp é uma poética reflexão sobre o desaparecimento, tanto de coisas quanto de pessoas, e também da cumplicidade entre pai e filha em torno do fascínio em comum por uma atividade. </p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Vencedor de vários prêmios literários importantes, e traduzido para vários idiomas, incluído o alemão, Kramp tem conquistado, pela força e encanto de sua linguagem, leitores e leitoras por todo o mundo. </p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px; text-align: justify;"><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space: pre;"> </span>Li a edição digital da Alianza Editorial, (Madrid, 2019), em espanhol. No Brasil, há uma tradução para o português feita por Silvia Massimini Félix, publicada pela Editora Moinhos.</p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px; text-align: justify;"><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: justify;">Um livro que vale muitíssimo o tempo de ser lido! Confira!</p></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">© 2014-2022 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.</div>Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-17021382115655658472022-01-30T05:04:00.001-08:002022-01-30T05:05:01.463-08:00Bonequinha de Lixo, Helena Terra - carta à autora<div><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhiEdSntSYMTXbiUDDimVB1ynCx_ZYpCRd5i1vZeviwLaBrMdEmH2UzAtf8dugbMMojoSiwO5PmY3cHRAdVzkS7O6VUEXH_eZJ8ZfOSxManRt_71ZM4xnNMRlVlCYCjA-UcxDSwwtfAOyfNhPlHxJOFErzl9vHcSxpZIbAWX33_Rc_5nlsNhr9BEMOQ=s1280" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="926" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhiEdSntSYMTXbiUDDimVB1ynCx_ZYpCRd5i1vZeviwLaBrMdEmH2UzAtf8dugbMMojoSiwO5PmY3cHRAdVzkS7O6VUEXH_eZJ8ZfOSxManRt_71ZM4xnNMRlVlCYCjA-UcxDSwwtfAOyfNhPlHxJOFErzl9vHcSxpZIbAWX33_Rc_5nlsNhr9BEMOQ=s320" width="232" /></a></div><br /><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span style="font-family: Helvetica;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Querida Helena,<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Muito me orgulha ser vista por ti como uma leitora qualificada. Vindo de ti, esse é um baita de um elogio, sabias? Sim, pois vem de uma pessoa que muito admiro, não só como escritora e leitora apaixonada pela Literatura mas, sobretudo, como pessoa, bípede, como tu bem gostas de dizer. E nem falar do quanto me alegra ter tua amizade, coisa que eu nem penso em agradecer, já que amizade não se agradece, apenas se retribui com sinceridade e carinho. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">O meu encontro com a tua prosa, no teu primeiro livro - o multifacetado <i>A condição indestrutível de ter sido, </i>que trata ao mesmo tempo da superficialidade dos relacionamentos e da profundidade dos desejos humanos, e que me foi apresentado pela querida Juliana Gervason -, foi e continua sendo uma experiência de leitura mais que marcante. E é por isso que me alegro, infinitamente, em ter em mãos um exemplar - com dedicatória e autógrafo! - do teu muito aguardado segundo romance. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Sim, eu disse que o devoraria assim que o recebesse. E foi o que fiz: devorei-o-o! Não imediatamente ao recebê-lo, mas quando o tempo se me deu suficiente para que eu pudesse sentar e ler, de um fôlego, a história que nos conta a tua bonequinha, que nada, nada, de lixo tem, a não ser a companhia – forçada, claro - dos seres-lixo que a tratam como objeto. <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Mesmo já sabendo um pouco do que se tratava o texto, por conta dos comentários e resenhas que já foram postados sobre ele, devo dizer-te que a bonequinha muito me surpreendeu - positivamente, claro! Isso porque, inconscientemente, talvez eu esperasse uma narradora não tão jovem e um tom narrativo com o qual eu já estava acostumada em teu primeiro livro. E que bom que essa repetição não teve chance de acontecer, já que a bonequinha tem uma forma de narrar que me faz lembrar o estilo irônico-cortante empregado nas vozes narrativas do imperdível <i>Menina, mulher, etc</i>, livro da britânica Bernardine Evaristo, autora negra premiada com o <i>The Booker Prize </i>de 2019. Creio que os tons se parecem porque os abusos sofridos por mulheres, meninas etc. são os mesmos no mundo inteiro. Triste realidade!<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">A mudança de tom, do primeiro para o segundo livro, pode ter até muito a ver com uma clara reação ao machismo tóxico do nosso tempo, isto é, com a triste ascensão da boçalidade no Brasil em quase todas as esferas, mas, muito provavelmente, é consequência do teu amadurecimento como bípede atenta, que observa o mundo e se sente profundamente afetada por ele. Essa mudança de voz é, portanto, consequência natural do teu desenvolvimento como romancista, e por ser o segundo livro, que maravilha que ele foi pelos próprios caminhos. Melhor ainda: que bom que ele nos leva junto com ele, num mergulho, por esses caminhos novos! <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Tudo isso pra te dizer simplesmente que adorei o livro, que ele me surpreendeu, que o acho mais que necessário e que é literatura da melhor qualidade, aquele tipo de leitura que inquieta e marca. É um livro que todo o mundo deveria ler, enfim: um livro do qual muito me orgulho de ter lido e de poder falar sobre ele, um livro do qual muito me alegro em ter um exemplar para reler e encher de anotações e, sempre que quiser, voltar às tantas partes que sublinhei, aquelas que me emocionaram, e pensar sobre elas mais uma vez.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Agora, um detalhe... Eu, assim como a bonequinha, também sou filha de um <i>José Carlos</i> - sim, literalmente. Tenho os genes de um <i>José Carlos</i> que nunca vi, e só sei que se chama <i>José Carlos</i> porque me contaram, já que em meus documentos o “pai” se chama “desconhecido”. Acho que, ao ter sido abandonada por esse <i>José Carlos Desconhecido</i>, mero reprodutor, tive muito mais sorte que a bonequinha, que teve que conviver com o seu <i>pai-lixo</i>. </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Daí você pode ter uma ideia do quanto a leitura desse livro me tocou, pois sei de quantas verdades a narradora fala. Quanto aos <i>reis da categoria dos desprezíveis</i>, destes não preciso nem falar, já que a internet e a vida estão cheias deles, bem como de seres hipócritas recalcados que despejam nos outros as frustrações por não conseguirem admitir quem são de verdade, e passam a vida “no armário“ Pior: passam a vida atirando pedras em quem tem a coragem de se assumir. Como já disse, estamos vivendo a era da hipocrisia, da boçalidade e da covardia.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">No entanto, vivendo fora do Brasil, e tendo conhecido realidades <i>um pouco menos</i> machistas que a brasileira, sei que é possível construirmos uma sociedade <i>menos</i> tóxica. E esse desafio está, sobretudo, na educação das pessoas, na denúncia <i>constante</i> do que está errado, como o teu livro agudamente faz. </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Assim sendo, só posso te agradecer por tê-lo trago à vida e por tê-lo “amamentado”. Sei que a gestação deste texto não foi fácil, não pode ter sido, porque a violência machuca e causa dor, ainda que seja "ficção". Então te agradeço por teres conseguido transformar toda essa indignação em palavras construtivas, palavras concretas e fortes que, verdadeiramente, e na estrutura, podem gerar transformação.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Gracias, Bonequinha, gracias, por mostrar ao mundo o lixo do patriarcado! <o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Danke, Helena, por teres permitido que a bonequinha contasse a história dela que - nossa! - quão nossas são!<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Um beijo literário,<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="font-family: Calibri, sans-serif; margin: 0cm;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Helvetica;">Da Bluemaedel que ama ler e amou ter lido o teu livro!<o:p></o:p></span></p></div><div><br /></div><div><br /></div><div>#coisasqueabluemaedelle</div><div>#leiamulheres</div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2022Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-50737039387287197922021-10-23T01:06:00.005-07:002021-10-23T01:10:32.169-07:00Schön wie die Acht, Nikola Huppertz<div><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEithCL0k5IWf7Nbxl2tedcec_JQMED_riyua2bGi6SAhy3qK2TfczztZQHIQcuMTQe_f25HSg927JHfcJ372_LaOB6vmXETRVTR04aZ52CCP6nKfEzWD1vIRWbvv9mw8aum0eYTwe3Zd8M/s2048/schoenwiedieachtnikolahuppertz.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEithCL0k5IWf7Nbxl2tedcec_JQMED_riyua2bGi6SAhy3qK2TfczztZQHIQcuMTQe_f25HSg927JHfcJ372_LaOB6vmXETRVTR04aZ52CCP6nKfEzWD1vIRWbvv9mw8aum0eYTwe3Zd8M/s320/schoenwiedieachtnikolahuppertz.jpg" width="240" /></a></div><br /><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span><p></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">Foto: Helena Frenzel</span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><i>Schön wie die Acht</i> (Linda como o Oito), Nikola Huppertz</span></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 19px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">Falo de livros na esperança de despertar em alguém o interesse por eles. Escrevo sobre livros para registrar as diferentes experiências que vou tendo com eles ao longo da vida. O livro da vez é <i>Schön wie dia Acht</i> (Linda como o Oito), de Nikola Huppertz, editora Tulipan, 2021, segunda edição, ainda sem tradução para o português (até o momento em que escrevo este texto). Esse livro foi finalista do Deutsch-Französisch Jugendliteratur Preis (Prêmio Franco-Alemão de Literatura Juvenil) de 2021.</span></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 19px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">Malte é um adolescente de doze anos que adora números e está se preparando para participar de uma olimpíada (de matemática) como representante de sua escola. Tudo caminhava de maneira "lógica" em sua vida até que Josefine, sua irmã mais velha por parte de pai, vem morar com a família, enquanto a mãe dela está internada numa clínica se tratando de um câncer. A chegada de Josefine altera tanto a rotina da família, já que ela passa a frequentar a escola que Malte frequenta, como a paz que parecia reinar na casa, já que sua presença conflituosa ameaça trazer à tona coisas que os pais de Malte preferiam manter esquecidas, coisas que podem alterar inclusive a relação deles com o filho. </span></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 19px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">Para bagunçar ainda mais a equação emocional do protagonista, aparece Lale, uma adolescente de uma outra escola que também vai participar da olimpíada e começa a frequentar o grupo de preparação na escola dele. Uma certa concorrência surge entre os dois, mas não só isso, também sentimentos com os quais Malte ainda não sabe lidar, coisas totalmente fora do seu "domínio", novas e incontroláveis variáveis. </span></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 19px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A única certeza de Malte é que Lale é inteligente e linda como o número oito. Não bastasse tudo isso, ainda vem a professora de alemão com essa história de "poemas" e o desafio de sua "interpretação", essas bobagens… O que matemática tem a ver com amor, verdade e poesia? Ler esse livro é uma forma prazerosa de descobrir. A narrativa, do ponto de vista de um protagonista adolescente do sexo masculino, nos ajuda a compreender que o amor, e tudo o que se relaciona ao desenvolvimento emocional, é uma necessidade de todas as pessoas, independente do sexo ou do gênero.</span></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 19px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A autora, Nikola Huppertz, tendo estudado música e psicologia, bem como tendo construído já uma carreira sólida na arte de escrever prosa e versos para o público infantojuvenil, consegue reunir nessa história, numa costura muito bem feita, a magia da matemática, o encanto da poesia e a forma racional de lidar com as imperfeições humanas, tudo isso coroado com a magia das descobertas, tanto adultas quanto adolescentes, uma capacidade que não deveríamos deixar de desenvolver nunca, seja em que fase da vida estivermos.</span></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 19px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">Uma leitura que recomendo muito, muito mais pelo prazer do texto que por qualquer outro motivo, qualquer outra característica que nos leve a pensar na beleza dos números, sobretudo na do número oito, com seu ar de "infinito". </span></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 19px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 16px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><i>Schön wie die Acht</i>, Nikola Hupppertz, editora Tulipan, 239 páginas.</span></p></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2021 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-53926388060375706642021-06-30T07:01:00.003-07:002021-06-30T07:05:50.124-07:00Grita, María Fernanda Ampuero<div><p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 17px;">Este pequeno volume nos revela, página por página, o que pode acontecer quando ensinamos as meninas a se calarem e a aceitarem, com caras sorridentes, tudo o que com elas fazem. </p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 17px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 17px;">Não te cales, menina, grita!</p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 17px;"><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Um conjunto de relatos que todo mundo deveria ler.</p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGnMZQGr-QWKO_9SF011mYPPGutNRxIv4q9e3pug6Y0yi807GSh4CgKHOv2wO_C00n78cqxosQv7OhGYWd7ymoPMYBp5Cg8eIAPJhkwU9sI6cfmnOaSlohbzIF-ejZRwUg1CDaPpI8iIo/s500/41-IWRXRmjL.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: left;"><img border="0" data-original-height="500" data-original-width="326" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGnMZQGr-QWKO_9SF011mYPPGutNRxIv4q9e3pug6Y0yi807GSh4CgKHOv2wO_C00n78cqxosQv7OhGYWd7ymoPMYBp5Cg8eIAPJhkwU9sI6cfmnOaSlohbzIF-ejZRwUg1CDaPpI8iIo/s320/41-IWRXRmjL.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: center;"><i><br /></i></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; text-align: left;">Foto: <a href="https://www.amazon.com/Grita-Spanish-Mar%C3%ADa-Fernanda-Ampuero-ebook/dp/B08LQVV161" target="_blank">Amazon</a></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><i><br /></i></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><i><br /></i></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><i><br /></i></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><i><br /></i></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><i><br /></i></p><p style="font-family: Helvetica; font-size: 14px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><i>Grita</i>, María Fernanda Ampuero, Penguin Editorial, 57 páginas.</p></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2021 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-54841033753673380292021-06-09T03:42:00.004-07:002021-06-09T03:55:52.237-07:00Sofia de los presagios, Gioconda Belli<div style="text-align: left;"><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Ler para romper os círculos. Sim, é para isso que ela lê.</p>
<p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 17px;"><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Ela já nem sabía como havia adquirido aquele livro. Ela sabia que ele havia vindo de uma biblioteca e, naquele momento, ao ler o carimbo de "maculado" na capa, pensou no destino que teriam os livros "maculados" nas bibliotecas, aqueles exemplares que não podem ou não devem permanecer no acervo por terem manchas ou imperfeições ou por já terem sido usados - e maltratados - muitas vezes. Talvez o carimbo "maculado" apenas sirva como uma proteção para que o livro não vá parar diretamente no lixo, podendo antes ser doado a leitores compulsivos como ela, por exemplo. E muito provavelmente foi isso o que aconteceu. Pouco importa como ela chegou ao livro, ou se ele é usado ou não, o fato é que ela e ele se encontraram em algum lugar no passado e ela acabou de ter com ele um tempo maravilhoso de leitura, uma experiência como poucas. </p>
<p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 17px;"><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Com cada livro ela tem uma história e com este em particular ela acabou de viver um momento deveras marcante. Aliás, muito se deve também às passagens marcadas que já se encontravam no exemplar, vestígios de outras leituras antes da sua. Um desses leitores ou leitoras, por exemplo, se preocupou em marcar as ocorrências da palavra "agora" no texto, e ela, em seu turno, ficou se perguntando o que teriam significado aqueles "agora" para quem, em sua leitura, os marcou, mas isto é algo que ela nunca vai saber, nem precisa. </p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">O livro do qual ela fala se trata de um exemplar de <i>Sofía de los presagios</i>, um romance de 1990 da nicaraguense Gioconda Belli. Ano passado, em 2020, ela já havia lido um dos romances da Belli, um dos mais recentes - <i>Las fiebres de la memoria</i> -, uma leitura que muito a agradou e levou-a a querer beber mais e mais da fonte Belli.</p>
<p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 17px;"><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Estava ela buscando outro livro em sua estante quando topou com o exemplar "maculado" que há tempos aguardava sua vez de ser manuseado. Com Harry Potter ela já aprendeu que os livros precisam ser acariciados antes de serem abertos, caso contrário eles mordem, e foi o que ela fez: acariciou a lombada, abriu o livro e começou a ler uma história cujo âmago é o veneno da rejeição, mas também uma fórmula para que possamos nos livrar dela, para que possamos romper os círculos que nos fazem mal. Sofía, a protagonista deste romance, é uma cigana que se desencontrou dos pais, quando criança, num vilarejo de bruxos, onde foi amparada e criada por um casal que não era de fato casal, mas que cumpriu com muita competência a função de pais. Ela não diria que o maior atrativo do livro está na história de Sofia propriamente, e sim na atmosfera do lugar e nos ritos ancestrais da deusa, no poder do feminino, no poder da Mãe Terra. </p>
<p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 17px;"><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Foi uma leitura que ainda está lhe fervilhando na alma, uma leitura que já cumpriu com a função de prepará-la para novas experiências e rituais. O círculo de abandono deste exemplar específico foi quebrado. Agora ele poderá seguir sua trajetória livre, tocando quantos corações se abram ao universo de suas páginas.</p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq668L2BJ_bFRIu4InxDtcUNUAc37d7TUVVsSQtEM4oYYcBwB2nIYEUg_AVIzacUQfJHts3guNp1axHtmgh0tSW4Pr_t1bvoTB51YaptMWce08p6Qa9pSNOwRpMuSGmknFZM6Lw7M-VZE/s1280/giocondabelli-sofia.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="816" height="371" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq668L2BJ_bFRIu4InxDtcUNUAc37d7TUVVsSQtEM4oYYcBwB2nIYEUg_AVIzacUQfJHts3guNp1axHtmgh0tSW4Pr_t1bvoTB51YaptMWce08p6Qa9pSNOwRpMuSGmknFZM6Lw7M-VZE/w237-h371/giocondabelli-sofia.jpg" width="237" /></a></div><br /><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 17px;"><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 17px;"><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Sofía de los presagios, Gioconda Belli, editorial vanguardia, 374 páginas.</p></div><p style="text-align: left;"><br /></p><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2021 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-12618961348878542542021-05-26T08:38:00.002-07:002021-05-26T08:38:51.482-07:00Kentukis, Samanta Schweblin<div style="text-align: left;"><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">O plano era que fossem só três dias, mas ao final foram cinco. Não faz mal! Ela fez todos os exames requeridos e aproveitou o tempo para ler o livro que havia posto na bolsa que levara consigo ao hospital. Ela precisava se ocupar com outras coisas, pensar em outros temas e, como se sabe, ler é sempre o melhor remédio. O livro se chama <b>Kentukis</b>, da argentina Samanta Schweblin. </p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Ela ouvira falar daquele livro, um romance, num programa da tevê alemã no qual quatro pessoas se reúnem de tempos em tempos para falar bem ou mal de livros. Se chama <i>Quarteto Literário</i>, o programa, claro, e um dos livros lá comentados foi <b>Kentukis</b>, da Samanta. Movida pela curiosidade, e também por seu interesse pelo tema, ela procurou o livro, achou e comprou. </p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Estava o livro lá na cabeceira da cama antes que ela o houvesse posto na bolsa. Ela tem o hábito de ler antes de dormir, mas às vezes não consegue, de puro cansaço, ainda mais em tempos de teletrabalho ou <i>home-office</i>, esta praga que deu de consumir todas as horas livres que antes as pessoas tinham para viver. </p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Sim, e o livro da Samanta trata exatamente disso: da relação que temos com a tecnologia e do quão ela impacta nossas vidas, em todos os sentidos. Os kentukis são uns bichinhos de pelúcia que possuem uma conexão com uma rede mundial, como a internet. Por trás de cada bichinho existe também uma pessoa, escolhida aleatoriamente para controlá-lo. Uma vez desfeita a conexão, esta não pode mais ser reestabelecida e o bichinho fica sem serventia, o que serve muito bem ao modelo <i>compra-e-joga-fora</i>. </p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Os kentukis não falam, mas se movem e emitem grunhidos, e por meio desses movimentos e sons eles e seus usuários, chamados amos, chegam a desenvolver formas bastante criativas de se comunicarem. Os kentukis não falam, mas observam tudo, e gravam o que observam! Aliás, eles não, mas quem está por detrás deles, ou melhor: das câmaras. </p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Por meio dos olhinhos dos kentukis o romance nos fornece recortes do dia a dia das pessoas que têm contacto com eles, bem como também de algumas das pessoas que estão por trás dos olhos deles. O livro trabalha, além da nossa relação com a tecnologia e a questão do afeto, também a questão do papel da arte em nosso tempo e em nossas vidas, bem como a questão de se ainda se pode fazer escolhas ou não. </p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Só sei que ela gostou tanto do livro, tanto, que leu e releu logo em seguida, como se quisesse se assegurar de que não havia perdido nada por entre os olhos das criaturinhas. Assim como em <i>O círculo</i>, de Dave Eggers e <i>Eu odeio essa internet</i>, de Jarett Kobek, <b>Kentukis</b> também deu a ela amostras de que não, não há como escapar... O que não significa, nem de longe, que não se deva continuar tentando.</p>
<p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihPip6qtw-UemqcpUPfV2H3cMrwnROK_1Ic76BATXjo-sew_4LjSYSiGpjvKYB8J3GH0ssiDfxLW17ulUqosV6sh7C77U2e8jZ-4MrpOwcwFE9-67aKmOL6bzuLvaKEcyQ9LN1mNPNTVo/s2048/samanta-schweblin-kentukis.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1536" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihPip6qtw-UemqcpUPfV2H3cMrwnROK_1Ic76BATXjo-sew_4LjSYSiGpjvKYB8J3GH0ssiDfxLW17ulUqosV6sh7C77U2e8jZ-4MrpOwcwFE9-67aKmOL6bzuLvaKEcyQ9LN1mNPNTVo/s320/samanta-schweblin-kentukis.jpg" /></a></div><br /><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><br /></p>
<p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><br /></p><p style="font-family: Helvetica; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;">Samanta Schweblin, <i>Kentukis</i>, Vintage Español, 2019.</p></div><p style="text-align: left;"><br /></p><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2021 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-861441290689788742021-05-24T02:04:00.003-07:002021-05-24T02:04:44.168-07:00Rinha de galos, María Fernanda Ampuero<div><div style="text-align: left;"><span style="font-kerning: none;">Não havia planejado. Entrou assim na livraria virtual para dar uma olhada nos títulos mais recentes da editora Moinhos. Ela sabe que os livros da Moinhos são sempre muito bons, ela conhece a qualidade do trabalho que eles fazem. Ela adora literatura latino-americana e sabe que, na Moinhos, sempre encontra um nome que ela ainda não conhecia e que vale muito a pena conhecer, e experienciar. Experienciar um autor ou uma autora é ter contato com algo que ele ou ela escreveu. Então, sem estar procurando, ela se deparou com <b>Rinha de galos</b>, da equatoriana María Fernanda Ampuero, baixou a prova do texto e começou a ler. Não conseguiu parar a leitura no fim da prova, comprou o livro na forma de e-book. Ainda bem que existem os e-books, caso contrário ela não teria como comprar um exemplar impresso - ela odeia a Amazon e tudo faz para não enriquecer ainda mais o monstro dono desse monstro - mas ainda bem que ela pôde comprar um exemplar em forma de e-book num site que ela odeia um pouco menos, embora o site menos odiado não se diferencie tanto de todos os demais que estão presos na cadeia do capitalismo e do comércio digital. Sim, mas caso ela não comprasse o e-book na loja menos ruim dentre as web-monstras, ela também não poderia ter podido comprar de outra forma. É que ela não vive no Brasil e, bem, os detalhes desse detalhe não importam. O que importa é que o livro é ótimo! É daquelas narrativas que te deixam sem fôlego, que não te permitem parar de ler em qualquer ponto ou sequer fazer uma pausa entre o final de um conto e o início de outro. Realmente o livro é muito bom, é impactante! Trata das violências a que os corpos feminizados são submetidos em todo o mundo, todos os dias. Trata das violências, mas também da resistência, nos dá um retrato da pobreza dos ricos nos países do capitalismo dependente, um tipo de gente que nada mais tem além do papel dinheiro, um tipo de elite podre que apesta pior que carniça, mas que usa perfume importado para tentar esconder o fedor. O lugar mais perigoso para muitas pessoas é o próprio "lar", o lugar que pode ser pior que o inferno para muitos. É preciso ainda sensibilizar os ouvidos para poder ouvir os gritos amordaçados das vítimas, não apenas para poder se solidarizar com elas, mas, o mais importante, para saber como denunciar e combater essas violências tamanhas, essas violações cotidianas. <b>Rinha de galos</b> é uma coletânea de contos que, sei, vai ficar marcada por um bom tempo na memória dela. No final do livro ela encontrou uma referência para um livro de poesias da autora portuguesa Adília Lopes. A curiosidade se atiçou, será então a próxima pérola, também da Moinhos, que ela colherá na livraria virtual. É, eu sei que a época não está para os prazeres, mas a leitura é daquele tipo de coisa que nos ajuda a sobreviver. Cada livro, cada texto, cada grito por justiça em forma de narrativa é como se fosse um cilindro de oxigênio que nos garante um dia a mais, um dia a mais, um dia a mais. Ela termina sugerindo que conheçam outros títulos da Moinhos e, sobretudo, outros títulos da María Fernanda Ampuero. A literatura, ela sabe, pode salvar o mundo. A literatura, ela sabe, e eu também sei, é o que nos salva.</span></div><p style="font-family: Helvetica; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 22px;"><br /></p></div><div><br /></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDkk8JUOlq8grrSUlYs9U6yhr1qzj1MK4-cgH6i4aoy3LSfFr-mDmudnHHGwCLwDT33c8BxBaDwmx3AaIUhyphenhypheni1ZinT_yN1_oVOb4VW2BQPdJnU02i10z1mLVL1SyMBepoGnwn6UDggYo8/s624/rinha-de-galos-416x624.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="624" data-original-width="416" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDkk8JUOlq8grrSUlYs9U6yhr1qzj1MK4-cgH6i4aoy3LSfFr-mDmudnHHGwCLwDT33c8BxBaDwmx3AaIUhyphenhypheni1ZinT_yN1_oVOb4VW2BQPdJnU02i10z1mLVL1SyMBepoGnwn6UDggYo8/s320/rinha-de-galos-416x624.jpg" /></a></div><br /><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Foto: <a href="https://editoramoinhos.com.br/loja/rinha-de-galos/">https://editoramoinhos.com.br/loja/rinha-de-galos/</a></div><div><br /></div><div><br /></div><div>María Fernanda Ampuero, <i>Rinha de galos</i>, Editora Moinhos, 2020.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2021 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-88355338931600623222021-05-20T08:11:00.007-07:002021-05-20T08:32:00.780-07:00Leituras 2020 - Parte XVII<div><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quinquagésima primeira leitura foi a do conto <i>O Fim do Mundo</i>, de Joaquim Manoel de Macedo (42 páginas). Um conto escrito em 1856, mas que segue atual e provoca boas gargalhadas. </span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quinquagésima segunda leitura foi a do texto autobiográfico <i>Retrato del artista adolescente</i>, de James Joyce (RBA Editores, 231 páginas). A tradução foi feita por um de meus autores preferidos: Dámaso Alonso. Este texto é um ótimo exemplo da técnica que nos mostra, em literatura, como falar das coisas sem citá-las. Uma das melhores leituras do ano!</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quinquagésima terceira leitura foi a de um artigo de 27 páginas sobre o livro cuja autoria eu não quis citar anteriormente. A autora do artigo tem um ponto de vista parecido ao meu sobre o livro: melhor que este texto continue esquecido fora do mundo acadêmico. Fica aqui só como registro, não faz falta comentar! :-)</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quinquagésima quarta leitura também não vale a pena citar título e autoria.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">Já a quinquagésima quinta e a quinquagésima sexta leitura são uma pérola da Alejandra Pizarnik: <i>Árbol de Diana e outros poemas</i>. Poesia sempre me salva!</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quinquagésima sétima leitura do ano foi o romance <i>A vida privada das árvores</i>, do chileno Alejandro Zambra. Boa leitura, interessante.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quinquagésima oitava leitura se passa também no cenário explorado por Karl Marx em <i>O 18 de brumário</i>, a França da época do golpe de 1848. Se trata do romance <i>Las fiebres de la memória</i>, de Gioconda Belli. O que mais gostei neste livro foram as referências históricas e a oportunidade de viajar, junto com as personagens, por um Panamá de antes que existisse o famoso Canal do Panamá. Gioconda Belli é uma escritora reconhecida e premiada, uma autora que todo o mundo deveria ler. E este foi o último livro lido em 2020, se é que posso confiar em minhas anotações. </span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">Resumo:</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">Em 2020 anotei a leitura de 58 obras. Trinta e uma dessas obras foram escritas por mulheres, vinte e cinco foram escritas por homens, uma delas foi escrita por uma pessoa trans e outra foi escrita por um coletivo. Assim que, em 2020, consegui ler mais obras escritas por mulheres do que por autores do sexo masculino, e consegui ler também uma obra escrita por uma pessoa trans, que muito serviu para me fazer enxergar coisas que eu ainda não conhecia, alargando assim, positivamente, meus horizontes. Diversidade é o que nos mantém vivos, sobretudo em tempos de pandemia e venenosas ideologias. Salve a leitura, os livros e a diversidade!</span></p></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2021 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-20369648824441334512021-03-14T13:16:00.006-07:002021-03-14T13:18:46.540-07:00Leituras 2020 - Parte XVI<div><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quadragésima sexta leitura do ano foi a ótima coletânea de contos <i>Dezessete Mortos</i>, de Nikelen Witter (Avec, 158 páginas). Alguns dos contos se relacionam a lendas ou a figuras históricas da região Sul do Brasil. Nikelen Witter é historiadora, pesquisadora e autora de literatura fantástica da melhor qualidade. Tanto é verdade que, em 2020, ela foi finalista do Prêmio Jabuti com o apaixonante <i>Viajantes do Abismo</i>, livro que também já li e adorei. <i>Dezessete Mortos</i> explora em certa medida o mistério e o terror e foi uma leitura que me proporcionou muito prazer e fortes sensações. Ainda hoje carrego ecos de alguns dos contos deste volume em minha imaginação. Imperdível. Super recomendo!</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quadragésima sétima leitura do ano foi o ensaio juvenil <i>Feminismus</i>, de Juliane Frisse (Carlsen, 204 páginas). Um ótimo livro para se ler com meninos, meninas e menines sobre um tema essencial em nossas vidas. O livro se propõe a explicar o que é feminismo e por quê ele é tão necessário em nosso mundo. Um <i>must</i>! </span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quadragésima oitava leitura do ano foi a de um livro cuja leitura não pude deixar de fazer em tempo de pandemia. Se trata de <i>A Peste</i>, de Albert Camus (175 páginas). As épocas são diferentes, mas o comportamento humano segue um mesmo padrão. A ficção tem muito a nos ensinar, sempre! É por isso que, em tempos de crise, uma boa estratégia é enfiar a cara nos livros, olhar para o passado e aprender com ele, se é que queremos de fato construir um bom futuro. </span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quadragésima nona leitura foi uma dessas "positivamente super marcantes". Se trata do ensaio <i>El género en serio</i>, de Raewyn Connell (edição da UNAM, 245 páginas). Nunca antes eu havia tido a oportunidade de estar tão próxima da temática da transexualidade e das experiências de pessoas trans. Um livro que, certamente, me proporcionou uma visão mais ampla e inclusiva do mundo.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quinquagésima leitura foi a de um livro de uma brasileira que também foi esquecida. Por conta da ideologia defendida no livro, creio que é melhor para o mundo que ela continue assim mesmo: esquecida :-). Exatamente por isso não a cito nesta lista de reflexão sobre as leituras do ano. No entanto, fica aqui o registro para contabilizar a experiência de leitura.</span></p></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2021 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-53573251013235873702021-02-26T08:01:00.002-08:002021-02-26T08:01:28.582-08:00Leituras 2020 - Parte XV<div><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quadragésima primeira leitura do ano foi um ótimo encontro com o curioso <i>O Mundo Resplandecente</i>, de Margaret Cavendish (Plutão Livros, 241 páginas), publicado em 1666. Este texto é considerado a primeira utopia escrita (e publicada) por uma mulher no mundo ocidental. Só por isso já vale a pena lê-lo, mas o texto também é rico em questões que, bem exploradas, podem render discussões interessantes tanto para entender o pensamento da época, como para entender o pensamento contemporâneo em relação a muitos aspectos. Margaret Cavendish fez parte do círculo de mulheres intelectuais que ficou conhecido como <i>As Preciosas, </i>e cujas idéias contribuíram fortemente para o desenvolvimento do Iluminismo. Também foi a primeira mulher a poder participar da Royal Society of London. Vale muito a pena ler e conhecer esse mundo resplandecente, em que o poder está nas mãos de uma mulher que valoriza a diplomacia, a ciência e o conhecimento. Fora esse romance, Margaret publicou vários outros textos. Vale muito a pena pesquisar sobre a biografia e a obra dela.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quadragésima segunda leitura do ano foi o romance <i>Serotonin</i> - ou <i>Serotonina</i>, como foi traduzido no Brasil - de Michel Houellebecq (Dumond, 335 páginas). Uma leitura que me incomodou bastante, e segue incomodando, em vários aspectos, até mesmo sob o ponto de vista estético no que tange ao uso de determinadas cenas na história. Pretendo deixar passar um tempo para poder relê-lo e então ter mais base para comentar algo a respeito. O romance toca em temas atuais super relevantes, sobretudo na questão da depressão e no sentimento de impotência ante o poder do Sistema e das grandes corporações. </span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quadragésima terceira leitura do ano foi o romance <i>Eu mataria o presidente</i>, de Adelaide Carraro. Esta leitura faz parte de um projeto de resgatar a obra de autoras brasileiras que foram intencionalmente esquecidas. <i>Eu mataria o presidente </i>trata da temática da adoção e dos maus tratos sofridos e testemunhados pela narradora num tipo de internato, bem como de aspectos históricos relacionados ao ano de 1932.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quadragésima quarta leitura foi um relatório da ONG CIR sobre a situação de comunidades que dependem da exploração de matérias primas: <i>Der Deutsche Rohrstoffhunger und reine menschenrechtlichen Folgen im Globalen Süden</i> (44 páginas). Trata-se de uma leitura técnica para coleta de dados relacionados ao problema do extrativismo. Por conta das tragédias e crimes lá relatados, não poderia deixar de citar esta leitura também aqui, para fins de registro.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quadragésima quinta leitura do ano foi o texto <i>O Estudante</i>, atribuído à autora Adelaide Carraro (113 páginas). Um texto com todas as marcas de propaganda de uma ditadura militar ufanista, o famoso discurso das pessoas que se denominam "cidadãos de bem". Não sei se este texto foi de fato escrito por Adelaide. Li para saber do quê se tratava. Fica aqui apenas o registro para, quem sabe, mais tarde, verificar se o texto de é de Adelaide e em quais circunstâncias pode ter sido escrito. </span></p></div><div><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2021 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-79490696966279304332021-02-19T09:25:00.005-08:002021-02-19T09:27:14.401-08:00Leituras 2020 - Parte XIV<div><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A trigésima sexta leitura do ano foi o esclarecedor e super necessário <i>Os engenheiros do caos. Como as fakenews, as teorias da conspiração e os algoritmos estão sendo utilizados para disseminar ódio, medo e influenciar eleições</i>, do italiano Giuliano Da Empoli (Vestígio, 111 páginas). Leitura obrigatória para quem quer entender as estratégias usadas por grupos populistas e o fenômeno da ascensão da extrema direita.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A trigésima sétima leitura foi o conto <i>Los que se marchan de Omelas</i>, da maravilhosa Ursula K. Le Guin (28 páginas). Leitura mais que necessária, obrigatória! A Le Guin é maravilhosa. Ponto!</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A trigésima oitava leitura foi o romance <i>Uma mulher diferente</i>, de Cassandra Rios (editora Brasiliense, 180 páginas), outra brasileira cuja história foi intencionalmente apagada e esquecida. <i>Uma mulher diferente</i> me permitiu um encontro impactante com o mundo das pessoas trans. Uma das melhores leituras do ano, não só pelo texto em si, mas muito mais pelo que ele simboliza na História, e também pelo que nos permite experimentar durante a leitura.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A trigésima nona leitura foi o ensaio <i>O Direito à Literatura</i>, do mestre Antonio Candido (26 páginas). Recomendação de um dos blogs de literatura que acompanho no Youtube: <i>Las hojas muertas y otras hojas</i>, de Nicolas Neves. Alargar os horizontes é sempre uma boa pedida.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quadragésima leitura do ano foi o maravilhoso <i>La vuelta de turca</i>, de Henry James (218 páginas). Leitura maravilhosa! Um prazer e, ao mesmo tempo, uma aula não intencional sobre técnica narrativa. Terminei a leitura com muito mais dúvidas do que certezas, e foi exatamente isso que me fez amar este texto. Sem dúvidas, uma das melhores experiências de leituras do ano.</span></p></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2021 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-45454514908440735072021-02-18T07:42:00.005-08:002021-02-18T07:48:16.612-08:00Leituras 2020 - Parte XIII<div><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A trigésima primeira leitura do ano se trata do imperdível romance <i>La mano izquierda de la oscuridad</i>, de Ursula K. Le Guin (Booket, 331 páginas). Ambientado em outro planeta, este romance dá a quem o lê a oportunidade de vivenciar, de uma forma bastante intensa e maravilhosamente literária, vários aspectos relacionados ao conceito de gênero e a outras categorias igualmente importantes, como aquelas que atingem as pessoas radicalizadas, por exemplo. Eu ainda não havia lido um texto literário que tratasse o gênero de maneira tão bem sucedida. Se termina de ler o livro e as questões ficam martelando, promovendo no cérebro as mudanças de perspectiva tão necessárias para que se consiga, finalmente, desconstruir as milhares de <i>caixinhas</i> nas quais nos enquadramos ou tentam nos enquadrar. Sem dúvida, uma leitura essencial na minha jornada de compreensão do mundo e das diferentes categorias que determinam nosso modo de ser, estar e agir neste mundo de desigualdades entre os seres.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A trigésima segunda leitura se trata da obra <i>O 18 de Brumário de Luís Bonaparte</i>, de Karl Marx (Editora Boitempo, 174 páginas). Em pleno século XXI nota-se que cada vez mais pessoas usam os termos "comunismo" e "socialismo" com significados totalmente equivocados, como se fossem espantalhos. Tudo o que se diz ser contra o capitalismo ou o que se chama "conservador" é chamado por muitos de "comunista". Exatamente para reagir a esses espantalhos, vi-me impelida a estudar a obra de Karl Marx. Seguindo dicas de especialistas em Marxismo, comecei minha jornada pelo <i>18 de Brumário</i>, uma análise dos acontecimentos na França que levaram ao golpe promovido por Luís Bonaparte em 1848 e ao que Marx chamou de Bonapartismo. A escolha não poderia ter sido melhor, principalmente para quem está buscando entender fenômenos tais como Trump-Trumpismo, Bostanaro-Bostanarismo*, o italiano Mãos-Limpas e o brasileiro Lava-Jatismo, a ascensão da extrema direita em âmbito global. Leitura mais do que necessária para quem quer de fato entender o saco de gatos no qual agora nos encontramos.</span></p><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></p><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">* "erro" proposital.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A trigésima terceira leitura foi uma tentativa de me aproximar da História do Feminismo sob o ponto de vista de uma autora alemã. Ute Gerhard, <i>Frauenbewegung und Feminismus. Eine Geschichte seit 1789</i> (editorial C.H. Beck, 128 páginas). Uma leitura rápida, agradável e, sobretudo, muito informativa.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A trigésima quarta leitura foi um dos melhores encontros literários que tive no ano de 2020. Trata-se do livro <i>Hospício é deus</i>, diário de Maura Lopes Cançado (Círculo do Livro, 189 páginas). Considerada louca e desequilibrada, Maura foi silenciada e teve sua obra praticamente esquecida. Ao ler este livro, pude compreender como a lucidez, a extrema sensibilidade e o desejo de ser livre e viver como se deseja ameaçam tirar o poder do patriarcado. Justamente por isso, toda e qualquer rebeldia precisa ser punida neste sistema. No livro de Maura se vê como a repressão às mulheres e à sua liberdade se mascara de pseudo-tratamentos contra a loucura e outras supostas doenças mentais. </span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A trigésima quinta leitura foi o excelente conto <i>Um Marciano em Roma</i>, de Ennio Flaiano (4 páginas). Este conto descreve o mesmo fenômeno descrito por aquela canção do Gil, A novidade. O conto do Ennio é imperdível, e as canções do Gil também!</span></p></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2021 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-30852787823440212942021-02-16T05:32:00.003-08:002021-02-16T05:32:52.031-08:00Leituras 2020 - Parte XII<div><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-kerning: none;">A vigésima sexta leitura do ano foi o romance <i>Sorte</i>, de Nara Vidal (Editora Moinhos, 142 páginas). Este livro venceu o Prêmio Oceanos de 2018, o que aguçou minha curiosidade de lê-lo. <i>Sorte</i> me agradou bastante e certamente me levará a outros textos de Nara Vidal. Em tempo: a Moinhos é uma editora (ainda) pequena e é dona de um catálogo seleto e bem cuidado. A linha editorial é mais voltada para a publicação de autoras e autores da América Latina. Vale muito a pena a leitura de outros títulos tanto da Moinhos quanto do romance <i>Sorte</i>, de Nara Vidal.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-kerning: none;">A vigésima sétima leitura do ano foi uma biografia de Jenny Marx. Há alguns anos visitei uma exposição sobre Karl Marx na cidade de Trier, na Alemanha, e lá encontrei este livro: <i>Jenny Marx. Die rote Baronesse</i>, do autor Ulrich Teusch (Rotpunktverlag, 229 páginas). Terminei de ler este ensaio biográfico com a certeza de que Karl Marx não teria sido nem a sombra de quem foi se ele não houvesse jamais conhecido Jenny e, mais importante: se não pudesse ter contado com o intelecto e a colaboração dela em todos os sentidos. Nunca foi tão verdadeira aquela frase: Por trás de um homem que se apresenta como forte, sempre existe uma mulher ainda mais forte. Basta termos os meios e a vontade de ir atrás dos registros históricos para comprovar.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-kerning: none;">A vigésima oitava leitura do ano foi o romance <i>Úrsula</i>, escrito pela maranhense Maria Firmina dos Reis (Edições Câmara, 136 páginas). Maria Firmina é a primeira escritora negra da qual se tem notícia no contexto da literatura brasileira. <i>Úrsula</i> foi publicado em 1859 e tematiza a escravidão de pessoas negras, a opressão e a violência contra mulheres no Brasil do século XIX. O primeiro capítulo é de tirar o fôlego e nos faz perguntar como é possível que escritos de mulheres talentosas como Maria Firmina sigam desconhecidos e/ou esquecidos do grande público. Precisamos mudar isso urgentemente! Em tempo: os textos de Maria Firmina já se encontram em domínio público.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-kerning: none;">A vigésima nona leitura do ano foi a novela gráfica <i>Die Drei Leben der Hannah Arendt</i>, (As três vidas de Hannah Arendt) de Ken Krimstein (Editoral DTV, 243 páginas). Uma forma prazeirosa de saber um pouco mais sobre os detalhes da vida e da obra desta grande filósofa. Uma das melhores leituras do ano! </span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-kerning: none;">A trigésima leitura do ano foram o excelentes quadrinhos feministas de Liv Strömquist, <i>I’m every woman</i> (Avant-Verlag, 110 páginas). Liv é uma das minhas autoras preferidas. Ela tem formação em Estudos Culturais, então os quadrinhos dela são sempre uma aula rica e divertida, de cunho feminista, sobre os assuntos mais variados. Em seus quadrinhos anteriores Liv já desvendou os mistérios da vulva e desconstruiu mitos em torno da menstruação (<i>Der Ursprung der Welt</i> - A Origem do Mundo), do amor romântico (<i>Der Ursprung der Liebe</i> - A Origem do Amor). Em <i>I’m every woman</i> Liv trata de mulheres que viveram à sombra de supostos grandes homens (tais como Jenny Marx, Priscilla Presley, Yoko Ono, para citar só umas poucas). Os quadrinhos de Liv são sempre um deleite de desconstrução e um show de informação ao mesmo tempo.</span></p></div><div><span style="font-kerning: none;"><br /></span></div><div><span style="font-kerning: none;"><br /></span></div><div><span style="font-kerning: none;"><br /></span></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2021 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-48862511496004800512021-02-15T02:27:00.001-08:002021-02-15T02:31:43.221-08:00Leituras 2020 Parte - XI<div><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-kerning: none;">A vigésima primeira leitura do ano foi um conto chamado <i>Um conto de natal</i>, de China Mieville (20 páginas). Um ótimo conto! Está disponível no site da Boitempo.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-kerning: none;">A vigésima segunda leitura do ano foi o excelente texto <i>Las sin parte - Matrimonios y divórcios entre feminismo y marxismo</i>, da autora italiana Cinzia Arruzza (158 páginas). Uma leitura super útil e interessante, que muito me ajudou a compreender - principalmente de um ponto de vista histórico -, por que os movimentos marxistas e feministas não conseguiram convergir em suas pautas, e por que ainda seguem divergindo quando deveriam estar unidos na luta contra todos os tipos de opressões. Claramente se trata de um texto super necessário, uma das melhores leituras do ano.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-kerning: none;">A vigésima terceira leitura foi o livro <i>Pequeno Manual Antirracista</i>, da filósofa e pesquisadora Djamila Ribeiro (Cia das Letras, 52 páginas). Nunca foi tão urgente falar sobre racismo. Leitura mais do que necessária!</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-kerning: none;">A vigésima quarta leitura do ano foi o ensaio <i>Ur-Fascismo (O Fascismo Eterno)</i>, de Umberto Eco, 18 páginas. Nunca um ano me exigiu tantas leituras para compreender a realidade e as ameaças do extremismo quanto 2020… Um texto mais que necessário!</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="font-kerning: none;">A vigésima quinta leitura do ano foi o livro <i>Mulheres e caça às bruxas (</i>Editora Boitempo, 151 páginas), da maravilhosa Silvia Federici. Quanto mais leio os escritos da Federici, mais claras vão ficando para mim as relações entre capitalismo, opressões e gênero na contemporaneidade e ao longo do tempo, e melhor consigo entender os motivos de tanta violência (em escala global) contra as mulheres. Uma leitura mais que essencial!</span></p></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2021 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-76759875274045375372020-11-18T02:47:00.006-08:002020-11-18T23:16:07.951-08:00Leituras 2020 - Parte X<div><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A décima nona leitura do ano foi a do surpreendente romance <i>Voz</i>, de Christina Dalcher (Rocaeditorial, 350 páginas). A protagonista vive num futuro - não muito distante deste nosso presente - no qual, por não reconhecerem a tempo os sinais, as mulheres se viram privadas até de sua voz física. Neste futuro fictício, pessoas do sexo feminino de qualquer idade tinham que levar no pulso um contador de palavras que lhes dava choques elétricos sempre que o limite diário de 100 palavras fosse ultrapassado. Os choques iam aumentando de intensidade gradualmente e poderiam até matar as pessoas que não acatassem a lei do silêncio. Uma história que vai na mesma <i>vibe</i> de <i>O conto da criada</i>, de Margaret Atwood, mas que a ultrapassa quando se pensa sobre o quê, no mundo fictício de <i>Voz</i>, já virou cotidiano no nosso mundo real surreal. Christina Dalcher é linguista e <i>Voz</i> é seu primeiro romance. Se trata de uma história contada de maneira eletrizante, uma história que reafirma tanto o poder da palavra e da autonomia, quanto a necessidade, mais que urgente, de reagir com unhas e dentes à menor tentativa de nos tirarem a voz, a liberdade e a vida. Vale cada sílaba!</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A vigésima leitura do ano foi a do discurso <i>The Dancing Minds</i>, feito num dado evento em 1996 pela autora negra Toni Morrison, vencedora do Premio Nobel de Literatura do ano de 1993. O documento tem 29 páginas, dá pra ler em poucos minutos. Ao revisar minha lista de leituras, percebi que não conseguia me lembrar sobre o quê exatamente tratava esse texto, ou seja, eu simplesmente não me lembrava do que havia lido. Daí voltei e reli o texto, e vi que caí exatamente em uma das situações citadas por Morrison: ler sem refletir, isto é, passar anos numa universidade e no final descobrir que não se aprendeu o mais importante, que é a arte de passar tempo sozinhos, apenas na companhia de nossa própria mente, refletindo sobre o que lemos, aprendemos, sobre o que vimos e/ou experimentamos. O discurso da Morrison trata, por meio de dois exemplos, do ofício de escrever, do papel do leitor, do papel do escritor e de como se dá a interação entre eles. Desde que comecei a registrar impressões de leitura neste blog, essa é a primeira vez que posto curtas reflexões sobre as leituras do ano. Muito provavelmente esqueci do que se tratava o texto da Morrison por tê-lo lido sem o devido tempo para digerí-lo, sem questionar nada específico, sem reflexão. E então eu fiquei me perguntando por que será que li esse texto pela primeira vez e em que circunstâncias. Como foi ele parar na minha lista de leituras? - coisas que agora não consigo me lembrar. A sorte foi eu ter feito uma anotação na lista de leituras do ano, pois agora, com a releitura - e a reflexão sobre o total esquecimento da primeira leitura - tive a oportunidade de voltar ao texto e de refletir tanto sobre <i>o quê</i> andei lendo, como sobre <i>como</i> andei lendo certos textos.</span></p></div><div><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2020 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-45797783399604189322020-11-14T01:47:00.004-08:002020-11-18T02:59:56.392-08:00Leituras 2020 - Parte IX<div><span style="font-family: Times; font-size: 18px;">A décima sétima leitura do ano foi o livro "Utopien für Realisten" (Utopia para Realistas), do autor holandês Rutger Bregman (editora Rowolht, 302 páginas). Foi uma leitura bastante adequada para o contexto de uma pandemia pois, como se pode ler logo na capa, o tempo está propício para a implementação de idéias antes consideradas impraticáveis, tais como a viabilidade do <i>homeoffice</i> e as vantagens de se ter uma semana com menos horas de trabalho, para que as pessoas possam ter mais tempo para viver, cuidar da saúde etc. Também o quão vantajoso para todos pode ser a implementação de um sistema de renda básica universal. Em resumo, este livro traz conhecimento e idéias práticas para quem está tentando encontrar alternativas ao famigerado capitalismo. Sem dúvidas, uma leitura que valeu cada segundo! </span></div><div><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A décima oitava leitura foi o romance "Mi negro pasado", da autora mexicana Laura Esquivel (Grupo Editorial Penguin Random House, 216 páginas). Este livro é uma continuação da saga de Tita e Pedro, protagonistas de "Como agua para chocolate", que provavelmente é o mais famoso - e talvez o melhor - livro de Laura Esquivel. O tema, como já era de se esperar pelo título, é o racismo misturado a outros tipos de discriminações. Foi uma leitura bastante tranquila, daquelas que servem para nos ajudar a relaxar no final de um dia difícil. Em tempo: a trilha sonora sugerida ao longo do livro também faz parte do pacote de relaxamento literário. <i>Viel Spaß beim lesen!</i></span></p></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2020 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-18066143202454440302020-10-30T00:46:00.006-07:002020-11-18T02:59:25.084-08:00Leituras 2020 - parte VIII<div><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A décima quinta leitura do ano foi o eletrizante <i>Glitter</i>, do escritor brasileiro Bruno Ribeiro (Editora Moinhos, 200 páginas). Explorando técnicas do kitsch e do grotesco, e tendo como tema os bastidores do mundo da moda, <i>Glitter</i> revela de maneira muito original um quadro bastante nítido do caldeirão de sentimentos que ajudaram a formar o Brasil contemporâneo: um país racista, classista, teocrático e intolerante com o diferente, um país mergulhado num circo de horrores que virou normalidade e cotidiano. <i>Glitter</i> termina por revelar como uma sociedade vai, aos poucos, sendo preparada - principalmente pela mídia - para aceitar os piores absurdos como coisas absolutamente normais. Com certeza, <i>Glitter</i> já faz parte do conjunto de obras que ajudarão, no futuro, a compreender os rumos tomados pelo Brasil no início do século XXI.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A décima sexta leitura foi o ensaio <i>O amanhã não está à venda</i>, do autor indígena Ailton Krenak (Editora Cia das Letras, 12 páginas). Uma leitura curta que traz uma reflexão essencial sobre o presente e o futuro que - talvez - ainda possamos evitar. É preciso sair do círculo vicioso que está nos levando como espécie à destruição do planeta. Entender que a natureza e a vida - de todos os seres - não são mercadoria já é um bom começo. Leitura imprescindível!</span></p></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2020 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-11409060431254836232020-10-16T05:01:00.001-07:002020-11-18T02:58:52.398-08:00Leituras 2020 - parte VII<div><br /></div><div><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A décima terceira leitura do ano foi o ensaio "A cruel pedagogia do vírus", do sociólogo português Boaventura de Sousa Santos, editora Almedina, 32 páginas. Sim, priorizar a lucidez e tratar de informar-se, bem como tentar manter a serenidade para poder refletir sobre a situação ainda são os melhores remédios contra todos os males. Sem dúvidas, esta foi uma leitura que muito me ajudou a compreender os enormes desafios que ainda temos para além do coronavírus.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A décima quarta leitura se trata da novela gráfica de Reneé Nault para o famoso livro de Margaret Atwood, "Der Report der Magd" (O conto da criada), editora berlin. Foi uma leitura mais impactante do que a leitura do livro original porque imagens têm o poder de revelar o que por ventura se esconde em um texto. Seja o livro original, a série da Netflix ou a novela gráfica, o romance de Margaret Atwood é uma leitura imprescindível, ainda mais nesses nossos tempos de pandemia, desinformação, conservadorismo exacerbado, atentados contra a democracia, pseudo cristianismo, antipolítica, enfim: é uma leitura super necessária, um kit de sobrevivência nestes tempos de hipocrisia sem antecedentes.</span></p></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2020 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-89883701926591496532020-10-13T04:18:00.004-07:002021-02-15T02:22:16.297-08:00Leituras 2020 - parte VI<div><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A décima primeira leitura do ano foi feita em parceria com a minha filha. Se trata da novela gráfica de Ari Folman e David Polonsky, "O Diário de Anne Frank" - editora Fischer, 158 páginas. Sim, o tema é delicado e eu já havia lido a história de Anne em outras edições. O fato de termos lido este diário juntas, em forma de novela gráfica, e bem no meio de uma quarentena, fez com que pudéssemos sentir de maneira muito mais empática a situação de Anne e sua família. Por incrível que pareça, minha filha reagiu a esse livro de uma maneira bastante sóbria. A leitura nos permitiu conversar sobre o porquê de coisas terríveis como esta terem acontecido, e do que é preciso fazer para que horrores assim sejam punidos e nunca mais se repitam na história da humanidade. Conversamos sobre os crimes do passado e também sobre os crimes que estão sendo praticados agora, contra a humanidade, como o genocídio dos povos indígenas, a destruição da fauna e da flora e de qualquer possibilidade de futuro neste planeta. Minha filha também é alemã e antes que nós duas lêssemos juntas o diário de Anne Frank, ela já havia sido introduzida - por meio de material feito para crianças da idade dela - aos crimes cometidos contra a humanidade pelos nazi-fascistas na Segunda Grande Guerra. O trabalho de preservação da memória histórica é essencial para nossa sobrevivência e deve começar o mais cedo possível, exatamente para combater discriminações de todos os tipos e impedir que pessoas e instituições criminosas permaneçam impunes. Sim, com certeza esta foi uma das leituras mais marcantes do ano.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">O décimo segundo livro foi a autobiografia de Edward Snowden, "Permanent Record - Meine Geschichte", editora S. Fischer, 429 páginas. Pois se você nunca ouviu falar de Snowden e não tem idéia do bem que ele nos fez, é sinal de que, como cantava Belchior: "Eles venceram e o sinal está fechado para nós, que somos jovens". Quem são "eles"? Jura que você não sabe?! Não, não é segredo para ninguém que há muito tempo deixamos de ser <i>sujeitos</i> nas redes e nos tornamos todos <i>objetos</i>, nos tornamos todos <i>mercadoria</i>. Pois bem, ter lido a história de Snowden me fez relembrar também o meu passado relativamente <i>nerd</i> e só me fez ter mais gratidão a ele pela coragem de revelar ao mundo o quão nus todos nós estamos na rede e no mundo. Uma das melhores leituras do ano!</span></p></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2020 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-13089165309027518232020-10-12T05:16:00.001-07:002020-11-18T02:57:26.223-08:00Leituras 2020 - parte V<div><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A nona e a décima leituras deste ano ocorreram por conta da minha participação em dois grupos de leitura. O primeiro grupo, voltado para textos e ensaios sobre o tema feminismo; e o segundo grupo, voltado para a leitura de textos publicados por escritoras brasileiras que foram praticamente esquecidas ao longo da História. </span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">O nono livro lido foi uma excelente introdução ao entendimento das chamadas "ondas" na história do feminismo. Se trata do livro "Feminismo na atualidade: a formação da quarta onda", de Jacilene Maria Silva, publicação independente, 152 páginas. Para quem não sabe muito sobre o tema, este livro cumpre muito bem o seu papel de fornecer uma introdução.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">Já o décimo livro lido foi "A Rainha do Ignoto", considerado o primeiro romance fantástico brasileiro. Fugindo completamente ao padrão da época, este romance - publicado pela primeira vez em 1899 -, foi escrito por uma mulher: a cearense Emília Freitas. A edição relançada pela Editora Mulheres & EDUNISC em 2003 tem 432 páginas. Além de uma fantasia bastante original e muito bem tecida, o livro de Emília Freitas denuncia as limitações a que eram submetidas as mulheres de sua época, bem como as violências que ainda hoje não deixaram de ser praticadas contra as mulheres em todos os lugares. A releitura deste texto em pleno século XXI reforça a idéia de que a luta das mulheres é uma luta eterna, uma luta pelo direito de existir, de sermos vistas como seres humanos com os mesmos direitos que qualquer outro, e pelo direito de podermos guiar nossas próprias vidas como bem quisermos. Vale muito o tempo de ser lido e relido!</span></p></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2020 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-85539385368460281382020-10-10T00:39:00.001-07:002020-11-18T02:55:59.552-08:00Leituras 2020 - parte IV<div><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A sétima leitura do ano foi o romance "Der Cellist von Sarajevo" (O violoncelista de Saraievo), de Steven Galloway, editora Luchterhand, 240 páginas. Sem dúvida, uma das leituras que mais me emocionaram. É que, para uma pessoa que nunca viu de perto uma guerra, é difícil acreditar num cenário em que franco-atiradores se escondem à luz do dia para atirar de propósito em pessoas famintas reunidas na fila do pão, em frente a uma padaria. Sair de casa para buscar água e/ou comida é sentença de morte para uma população sitiada pela maior das estupidezes humana: a guerra. Pior ainda é relembrar a história de Saraievo no momento em que pessoas que saem às ruas para protestar pacificamente contra ditadores - como no caso da Bielorússia - sejam presas e espancadas, por vezes até mesmo assassinadas pela polícia desses ditadores. Pior é relembrar a história de Saraievo no momento em que Armênia e Azerbaijão se encontram - outra vez - em guerra por conta de território, e ver que civis inocentes continuam sendo alvos de mísseis e foguetes que não poupam nada nem ninguém. Apesar de tratar de um tema tão sombrio, que é a guerra, o livro consegue tirar da dor e do absurdo uma certa poesia do que significa <i>enfrentar</i>, <i>lutar</i> e <i>resistir</i>. A história de Saraievo e a de seu corajoso violoncelista, ainda que esta última tenha sido uma ficção de Steven Galloway, não está muito distante do que aconteceu na vida real. Sim, uma leitura que me marcou profundamente.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">O oitavo livro do ano foi, seguramente, uma das leituras mais importantes do ano, pois serviu para solidificar a visão que eu tenho para o mundo. Se trata de "O Bem-Viver - uma oportunidade para imaginar outros mundos", de Alberto Acosta, editora Elefante, 135 páginas. Tendo nascido na América Latina e tendo antepassados indígenas, lógico que a filosofia do Bem-Viver sempre esteve no meu sangue. O que me faltava até então era uma melhor estruturação dessas idéias, que é o que nos fornece o excelente livro de Alberto Acosta. Depois de Acosta vieram outros autores, e o meu caminho rumo a uma especialização no assunto está sendo trilhado com muito prazer, energia e gosto! Busquemos o Bem-Viver e uma vida em harmonia com os demais seres e o planeta!</span></p></div><div><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2020 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-8653815260543319402020-10-09T03:26:00.001-07:002020-11-18T02:55:14.755-08:00Leituras 2020 - parte III<div><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A quinta leitura de 2020 foi uma releitura do livro "Curtas Histórias, Minicontos", de Maria Beatriz Costa Mecking, editora Alternativa, 96 páginas. Beatriz Mecking também é uma escritora brasileira contemporânea e seus textos, ainda quando se tratam de crônicas ou minicontos, trazem muita poesia, um olhar sereno e maduro de várias situações do cotidiano.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">A sexta leitura de 2020 foi uma leitura super necessária que me ajudou a manter a cabeça fora d’água e a tentar entender - com o cérebro e não com os afetos - o que está acontecendo em nosso mundo. Se trata do excelente livro da antropóloga Rosana Pinheiro-Machado, "Amanhã vai ser maior - o que aconteceu com o Brasil e possíveis rotas de fuga para a a crise atual", editora Planeta, 337 páginas. Aliás, há um entrevista imperdível com a autora, sobre esse livro, no canal Meteoro Brasil. Fica aqui o <a href="https://www.youtube.com/watch?v=VKTnjroa3-g" target="_blank">link</a> e a dica.</span></p></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2020 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2491916900003890492.post-77860149838296149822020-10-07T02:05:00.001-07:002020-11-18T02:52:22.263-08:00Leituras 2020 - parte II<div><p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">Sim, o terceiro livro lido neste ano de 2020, o ano do Coronavírus, foi „<i>Die einzige Geschichte</i>“ (<i>A única história</i>), de Julian Barnes, editora Kiepenheuer & Witsch, 304 páginas. Só pelo título já dá pra sentir que se trata de uma perspectiva bastante parcial. Existe uma <i>única</i> história? Quando? Onde? O protagonista - Marco Paul - conta a <i>sua </i>história (de amor?) com uma mulher mais velha - Susan. É evidente que o narrador se encontra em uma posição muito cômoda e que a culpa sempre (re-)cai mais facilmente em cima da outra parte que, como era de se esperar, permanece calada. Terminei a leitura morrendo de vontade de conhecer a versão de Susan para a história dos dois. Havia outros livros na minha lista de leitura e ainda hoje me pergunto o que teria me levado a mudar a lista de prioridades e ler este livro primeiro. Bem, coisas da vida. Leio o que sinto vontade. Este livro me caiu em mãos na época e comecei a lê-lo, simples assim.</span></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px; min-height: 23px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"></span><br /></p>
<p style="font-family: Times; font-size: 18px; font-stretch: normal; line-height: normal; margin: 0px;"><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;">Eu já ia reclamar de ainda não ter lido nenhum livro escrito por mulheres este ano de 2020 quando… <i>Lauren</i>, de Irka Barrios, me caiu em mãos! Irka Barrios é uma jovem escritora brasileira, premiada, e <i>Lauren</i> é seu primeiro livro. Trato de ler meus contemporâneos porque a literatura registra o sentimento do nosso tempo. E em <i>Lauren</i> esses sentimentos são gritantes! Está tudo ali: quem tiver olhos, veja. Quem deseja muito entender a onda de fundamentalismo evangélico pentecostal que está alterando as políticas públicas no Brasil neste momento precisa ler os textos contemporâneos. Lauren é uma adolescente que vive numa cidadezinha no Sul no Brasil. A religião protestante tem grande influência na família dela, sobretudo na figura de um desses pastores enlatados importados do modelo de pseudo-prosperidade estadounidense. Bem, não vou dizer mais nada. O livro me manteve em suspense da primeira até a última página e não quero estragar a surpresa de quem virá a lê-lo. Leia <i>Lauren</i>, de Irka Barrios, editora Caos & Letras, 221 páginas.</span></p></div><div><span style="-webkit-font-kerning: none; font-kerning: none;"><br /></span></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>© 2014-2020 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.Helena Frenzelhttp://www.blogger.com/profile/11431966565941871495noreply@blogger.com0