Era uma vez...
para sempre!, José Cláudio Adão, Biblioteca 24horas, 98 páginas,
978-85-4160-709-4
Na ficção, assim
como na vida, nunca se pode afirmar o que é cem por cento verdade, invenção, ou uma mistura
de ambos. Nossas memórias não são cem por cento confiáveis e por isso é sabido
que toda história tem, no mínimo, duas versões, incluindo as biografias. Daí a
dificuldade de contar a própria história ou a daqueles que estão muito perto de
nós. Este livro nos traz uma narrativa linda e inspiradora, uma história humana,
de dois seres humanos, contada em partes e referencias que nos levam ao Inferno
de Dante e ao Céu de Carlos Drummond, dentre outros.
É um testemunho
de amor sim, mas não é uma história melosa e o padrão é simples, como a própria vida,
pois um professor de Matemática um dia me disse que os problemas mais importantes
são poucos e são aqueles que continuam sem solução; por conta disso, ao reduzir
a complexidade de outros tantos topamos sempre com os mesmos padrões elementares. E este livro traz o mais
humano e comun de todos eles, e que nos dias materialistas e sem esperança de hoje quase
ninguém mais acredita que histórias como esta ainda possam ser reais: duas
pessoas se encontram, o destino as separa e anos depois consegue uní-las
outra vez. Piegas? Eu não acho. É a mais humana das questões: saber lidar com a
dor, com as perdas, com as rejeições, saber reerguer-se de relacionamentos que
não dão certo e nunca, jamais mesmo, perder a fé no amor. E se eu já admirava o
autor sem saber de nada disso, agora que conheço um pouco de sua história
passei a admirá-lo muito mais.
A história é o
ponto forte do livro, pois ela simplesmente nos traz à memória que: “Agora,
pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é
o amor.” (I Coríntios, 13:13)
Este livro me
foi carinhosamente presenteado pelo próprio autor, e ficará em minha prateleira
especial para livros com dedicatória. Devorei-o no mesmo dia que recebi,
a leitura flui não só pela realista história, também pela competência do autor,
talento já reconhecido por tantos que acompanham suas crônicas e blogs (eu me
incluo).
Agora uma
história pessoal: em 2009, topei na Internet com o manuscrito de A Vida do Bebê – 2a Parte – De 40
Para a Frente. Li o manuscrito por acaso e compartilhei com ao autor as minhas impressões de leitura. Pouco tempo
depois, em 2010, saiu em forma de livro e recebi do autor um exemplar com a
seguinte dedicatória: “Para Helena
Frenzel, companheira das trilhas literárias, amiga perto do coração. Com
carinho, José Cláudio Adão, BH, fevereiro de 2010.” Esse foi o primeiro
livro de José Cláudio Adão e o primeiro que eu recebi de escritores da minha
geração, escritores com quem eu costumava (e ainda costumo) interagir na Internet.
Ou seja: de
alguma forma eu também sou parte desta história, uma história de superações e
de amor não só à vida e à família, ou do amor entre um homem e a mulher de sua
vida, mas também da trajetória de um escritor (uma pessoa simples como eu) da
minha geração, na descoberta da literatura e de seu poder salvador. Por tudo
isso, não é porque o autor é meu amigo que recomendo este livro, nada disso! Recomendo-o
porque vale muito mesmo o tempo de ser lido e por ter-me sido tão inspirador!
Avaliação: Muito
Bom.
Parabéns, José Cláudio, e que venham muitos outros mais!
© 2014 Helena Frenzel. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição - Sem Derivações - Sem Derivados 2.5 Brasil (CC BY-NC-ND 2.5 BR). Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito à autora original (Para ter acesso a conteúdo atual aconselha-se, ao invés de reproduzir, usar um link para o texto original). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.
Minha gratidão sem palavras a você, Helena e o meu abraço muito fraterno. Paz e bem.
ResponderExcluirDepois desta excelente resenha, Helena, nem há muito o que acrescentar sobre essa bela história de amor verdadeiro, ou sobre a qualidade de uma obra de Zé Cláudio e nem mesmo sobre a trajetória dele no mundo das letras, nem tampouco da pessoa do autor, um amigo a quem tenho a maior estima, admiração e respeito. Ainda não tenho o livro acabado em mãos, mas tive o prazer de ler grande parte dele quando ainda estava em "construção" (nem sei se ele se lembra quando me enviou). Por isso mesmo, reforço tudo o que foi dito acima e faço minhas as suas impressões. Grande abraço ao Zé e a você Helena.
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