A quinquagésima primeira leitura foi a do conto O Fim do Mundo, de Joaquim Manoel de Macedo (42 páginas). Um conto escrito em 1856, mas que segue atual e provoca boas gargalhadas.
A quinquagésima segunda leitura foi a do texto autobiográfico Retrato del artista adolescente, de James Joyce (RBA Editores, 231 páginas). A tradução foi feita por um de meus autores preferidos: Dámaso Alonso. Este texto é um ótimo exemplo da técnica que nos mostra, em literatura, como falar das coisas sem citá-las. Uma das melhores leituras do ano!
A quinquagésima terceira leitura foi a de um artigo de 27 páginas sobre o livro cuja autoria eu não quis citar anteriormente. A autora do artigo tem um ponto de vista parecido ao meu sobre o livro: melhor que este texto continue esquecido fora do mundo acadêmico. Fica aqui só como registro, não faz falta comentar! :-)
A quinquagésima quarta leitura também não vale a pena citar título e autoria.
Já a quinquagésima quinta e a quinquagésima sexta leitura são uma pérola da Alejandra Pizarnik: Árbol de Diana e outros poemas. Poesia sempre me salva!
A quinquagésima sétima leitura do ano foi o romance A vida privada das árvores, do chileno Alejandro Zambra. Boa leitura, interessante.
A quinquagésima oitava leitura se passa também no cenário explorado por Karl Marx em O 18 de brumário, a França da época do golpe de 1848. Se trata do romance Las fiebres de la memória, de Gioconda Belli. O que mais gostei neste livro foram as referências históricas e a oportunidade de viajar, junto com as personagens, por um Panamá de antes que existisse o famoso Canal do Panamá. Gioconda Belli é uma escritora reconhecida e premiada, uma autora que todo o mundo deveria ler. E este foi o último livro lido em 2020, se é que posso confiar em minhas anotações.
Resumo:
Em 2020 anotei a leitura de 58 obras. Trinta e uma dessas obras foram escritas por mulheres, vinte e cinco foram escritas por homens, uma delas foi escrita por uma pessoa trans e outra foi escrita por um coletivo. Assim que, em 2020, consegui ler mais obras escritas por mulheres do que por autores do sexo masculino, e consegui ler também uma obra escrita por uma pessoa trans, que muito serviu para me fazer enxergar coisas que eu ainda não conhecia, alargando assim, positivamente, meus horizontes. Diversidade é o que nos mantém vivos, sobretudo em tempos de pandemia e venenosas ideologias. Salve a leitura, os livros e a diversidade!
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