A décima quinta leitura do ano foi o eletrizante Glitter, do escritor brasileiro Bruno Ribeiro (Editora Moinhos, 200 páginas). Explorando técnicas do kitsch e do grotesco, e tendo como tema os bastidores do mundo da moda, Glitter revela de maneira muito original um quadro bastante nítido do caldeirão de sentimentos que ajudaram a formar o Brasil contemporâneo: um país racista, classista, teocrático e intolerante com o diferente, um país mergulhado num circo de horrores que virou normalidade e cotidiano. Glitter termina por revelar como uma sociedade vai, aos poucos, sendo preparada - principalmente pela mídia - para aceitar os piores absurdos como coisas absolutamente normais. Com certeza, Glitter já faz parte do conjunto de obras que ajudarão, no futuro, a compreender os rumos tomados pelo Brasil no início do século XXI.
A décima sexta leitura foi o ensaio O amanhã não está à venda, do autor indígena Ailton Krenak (Editora Cia das Letras, 12 páginas). Uma leitura curta que traz uma reflexão essencial sobre o presente e o futuro que - talvez - ainda possamos evitar. É preciso sair do círculo vicioso que está nos levando como espécie à destruição do planeta. Entender que a natureza e a vida - de todos os seres - não são mercadoria já é um bom começo. Leitura imprescindível!
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